Supermercados divulgam estudo para confrontar levantamento do Dieese que aponta Capital como a mais caraO custo da cesta básica em Porto Alegre está em sétimo lugar entre as 17 capitais listadas em um ranking publicado ontem pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
Adivulgação do levantamento, que utiliza dados de fevereiro, foi a forma que a entidade encontrou para retomar a contestação dos critérios utilizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que faz o cálculo mensal do custo de vida em 17 regiões metropolitanas.
Historicamente, Porto Alegre lidera o ranking do Dieese. A diferença entre os dois levantamentos está nos critérios utilizados pela Agas e pelo departamento. Para calcular o custo de vida nas capitais, o Dieese se baseia em um decreto presidencial publicado na década de 1940 que estabelece os produtos e as quantidades de alimentos consumidas pelas famílias em três regiões.
Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, por exemplo, estão na Região 3, onde o trabalhador consome 46,6% a mais de carne do que os trabalhadores da Região 2, que congrega cidades do Nordeste, de acordo com a legislação.
Para Antônio Longo, presidente da Agas, o estudo do Dieese passa a “falsa impressão” de que o custo de vida em Porto Alegre é o mais alto do país. No cálculo da Agas, a capital mais cara é São Paulo.
Ter Porto Alegre divulgada como capital mais cara, e de forma incorreta, segundo Longo, prejudica as empresas, que são pressionadas por sindicatos para dar aumentos salariais maiores em razão da pesquisa do Dieese.
O órgão reconhece a necessidade de mudança nos critérios, mas, segundo Nelson Karam, coordenador de educação do Dieese, o departamento necessita de parâmetros legais para realizar a pesquisa, o que pode ser feito pelo Congresso ou pela Presidência da República.
– O Dieese não tomaria essa iniciativa (de mudar o parâmetro). Esse papel é das centrais sindicais – avalia Karam.
Veículo: Zero Hora - RS