Mais dois interessados, as Lojas Insinuante e as Lojas Americanas, vieram ontem a público manifestar interesse de comprar o Ponto Frio. A rede carioca especializada no varejo de móveis e eletroeletrônicos, controlada pela Globex S.A., se colocou oficialmente à venda no último fim de semana. Por meio de nota, as Lojas Insinuante, líder de vendas do setor no mercado nordestino, informou que "estuda fazer proposta de aquisição da rede".
Segundo o diretor presidente da Insinuante, Luiz Carlos Batista, a empresa constituiu um consórcio com o Banking & Trade Group (BTG), do empresário André Esteves, para avaliar a situação da companhia e fazer uma oferta formal. Fontes do mercado dizem que a proposta já teria sido apresentada.
Também as Lojas Americanas, apontada pelos analistas como forte candidata a comprar o Ponto Frio, enviou ontem nota ao mercado informando que "iniciou, em caráter totalmente preliminar, uma análise de informações sobre a Globex S.A. Segundo as Lojas Americanas, a análise dos dados começou nesta semana e, até hoje, não tinha sido tomada decisão ou elaborada uma proposta para compra da companhia.
Mais cauteloso, o Grupo Pão de Açúcar também se posicionou oficialmente ontem, negando que tenha feito qualquer proposta para comprar o Ponto Frio, mas deixou a porta entreaberta. De acordo com a nota, a empresa manterá seus acionistas e o mercado informados sobre "qualquer desdobramento vinculante em relação a qualquer operação, nos termos da legislação aplicável".
Baú. Anteontem, as Lojas do Baú Crediário, do Grupo Silvio Santos, manifestou seu interesse pelo Ponto Frio. Luiz Sebastião Sandoval, presidente do Grupo, disse que havia procurado o presidente do Ponto Frio, Manoel Amorim para conhecer a real situação da empresa e fazer uma proposta.
O mundo dos negócios está perplexo com a enxurrada de propostas para a compra do Ponto Frio. "Nunca via algo parecido", diz o consultor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo. "A torcida brasileira virou compradora do Ponto Frio." O comportamento normal no mundo dos negócios é o sigilo tanto do comprador como do vendedor para que o valor do negócio não seja depreciado.
Do lado do Ponto Frio, Foganholo acredita que o fato de a companhia ter se colocado oficialmente à venda indica a existência de uma oferta firme. "Não é fogo de palha, vamos mesmo fechar negócio em 45 dias", disse, no começo da semana, a um de seus assíduos colaboradores o presidente do Ponto Frio.
Além dos potenciais compradores, vários que já se manifestaram, pode estar o Wal-Mart, dos Estados Unido. Coincidência ou não, Manoel Amorim embarcou hoje para os EUA. e retornará na sexta-feira, data, aliás, em que havia previsto anunciar aos seus funcionários os três varejistas interessados na compra.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ