Sacrifício de matrizes eleva em 15% custo do leite à indústria

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Desde o fim de março os laticínios de Goiás e Minas Gerais pagam entre 10% e 15% mais pelo litro de leite recebido do produtor via cooperativa. Em algumas regiões, o preço chegou a R$ 0,75. Com o reajuste, a cotação da bebida no mercado interno voltou ao patamar de preços praticados no mesmo período de 2008. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em fevereiro deste ano, tanto o produtor mineiro quanto o goiano receberam menos de R$ 0,60 pelo produto.

 

A alta da bebida já era sentida pelo consumidor final antes mesmo de ser praticada pelo produtor. Dados da Scot Consultoria, indicam que o preço do leite longa vida subiu 15% em março, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O produto fechou com alta de 1,54% em relação ao mês anterior. No mercado varejista, o longa vida integral subiu 1,71% - o preço médio do litro ficou em R$1,80 no período.

 

Essa subida repentina do preço à indústria é reflexo da escassez de fêmeas nos pastos brasileiros, em especial nos de Minas e Goiás. O rebanho que começou a ser recomposto no início de 2008 começou a ser sacrificado no final do mesmo ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou que, só em Goiás, esses abates cresceram quase 16% no último trimestre do ano passado. Até então, Goiás era responsável por 10,6% do total de abates do País.

 

Em Minas Gerais, a participação das matrizes nos abates chegou a 42,02% ao longo de 2008. O crescimento de 2,68% frente ao ano anterior foi acentuado no início deste ano, quando em plena safra os preços permaneceram praticamente estáveis, desmotivando o produtor. Em outro Estado de cria, o Tocantins, também foi registrada taxa elevada de abate de fêmeas, 48%. Quase 43% das matrizes do Pará também foram sacrificadas em 2008. A analista da Scot Gabriela O Tonini argumenta que "em anos de crescimento do rebanho, como entre 2000 e 2004, por exemplo, as taxa de abate de fêmeas dificilmente ultrapassava 30% em média".

 

A despeito da elevação do preço do leite cru, o índice de captação dos laticínios registra sensível recuo no primeiro trimestre de 2009. Em janeiro, a indústria recebeu um volume 10% menor - retração que, segundo especialistas de mercado, deve persistir ao longo dos outros meses do período e culminar com a redução do volume total captado este ano. Em 2008, segundo o IBGE, a aquisição de leite cresceu 7,5% e chegou a 19,23 bilhões de litros.

 

Relação de troca

 

Dados da Scot revelam que as relações de troca entre leite e os principais alimentos concentrados melhoraram 7,6%, em média para o produtor, quando comparadas com o mesmo período de 2008. Em média, o poder de compra do produtor de São Paulo aumentou 46,7% em relação a março do ano passado.

 

No caso da polpa cítrica passou de 2,15 quilos de polpa por litro de leite para os atuais 3,16 quilos pela mesma quantidade da bebida. Apenas para o farelo de soja e uréia foi registrada queda nas relações de troca. Respectivamente, o poder aquisitivo do produtor piorou 25,4% e 10,7%. Isso porque além do preço do leite ter caído de 2008 para 2009, as cotações desses concentrados subiram no mesmo período.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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