Mercado de lâmpadas fluorescentes compactas aumenta 25% no ano

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A morte das gastadoras lâmpadas incandescentes já foi anunciada por algumas fabricantes em determinadas regiões do mundo. A Philips, por exemplo, deixará de produzir na Europa a partir de 2016. No Brasil, as incandescentes ainda são a maior parte do mercado e as fabricantes ainda não se mobilizaram para deixar de fabricá-las, mas as fluorescentes, importadas, mais caras e econômicas, ganham espaço nas vendas a cada ano.

 

Em 2008, as vendas das fluorescentes compactas totalizaram 100 milhões de unidades, 25% mais em relação ao ano anterior. Na estimativa da Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux), as vendas das lâmpadas incandescentes chegam a 300 milhões de unidades ao ano, mas estão em queda gradual, sendo substituídas aos poucos pelas fluorescentes, que podem economizar até 80% em energia e podem durar entre duas e dez vezes mais.
"O setor de iluminação está muito atrelado ao desempenho da construção civil, que foi muito bom em 2008", disse Alexandre Cricci, presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação .

 

Apesar do bom desempenho, a desvalorização do real, no último trimestre, pegou as empresas importadoras de surpresa. Não existe fabricação de lâmpadas fluorescentes no Brasil, todas são importadas de fabricantes na Ásia, principalmente na China.

 

Como a cotação do real passou de cerca de R$ 1,60 para a faixa de R$ 2,30 em pouco tempo, as empresas que estavam com pouco estoque foram obrigadas a sacrificar margens e repassar preços. "Nos últimos três meses do ano a gente trabalhou sem margem de lucro", disse Ricardo Cricci, diretor comercial da importadora Golden Plus, que cresceu 30% no ano passado. Segundo ele, logo após a desvalorização cambial, a empresa conseguiu repassar um pequeno reajuste, em dezembro, reajustou mais 20% e, se o dólar ficar acima de R$ 2,10, a empresa ainda terá que repassar mais 20% dos preços este ano.

 

De acordo com Yoon Young Kim, vice-presidente de Iluminação da Philips - que ainda produz as lâmpadas incandescentes no País - a empresa reduziu as margens das lâmpadas fluorescentes e repassou parte dos custos. "E ainda não foi suficiente para compensar toda a diferença", afirmou o executivo.

 

Expectativas

 

O começo de 2009 foi marcado pela desaceleração do crescimento do mercado. Se antes as importadoras vinham em taxas de 30% de crescimento, os primeiros meses do ano foram de crescimento de um dígito. "Ainda não existe queda na demanda, mas o crescimento está mais fraco", disse Ricardo.

 

Para 2009, o aumento esperado para o mercado é mais modesto. Depois dos 25% de 2008, Alexandre afirmou que, a previsão é menos otimista. "No cenário de crescimento de 3% do PIB (Produto interno Bruto), estávamos estimando um crescimento de 10% a 15%. Mas já estão falando que o PIB talvez não cresça este ano. Se isso acontecer, poderemos fechar com alta de 5% a 10%", disse Alexandre.

 

Apesar do cenário de incertezas, o pacote de incentivos do governo para a construção civil representa uma esperança. Mesmo focado em moradias de baixa renda, o pacote pode ajudar a incentivar as vendas. "As lâmpadas eficientes caíram no gosto da população. Segundo uma pesquisa que fizemos, 85% dos brasileiros sabem que é mais eficiente", disse Alexandre.

 

Segundo ele, o retorno sobre o investimento em relação às lâmpadas incandescentes é o que atrai a população de baixa renda. Os que optam pelas incandescentes estão pensando apenas nas vantagens imediatas", disse Alexandre. Segundo ele, a diferença de preços pode assustar no início, mas é compensada em poucos meses. Enquanto uma incandescente custa R$ 1 e uma fluorescente R$ 8, a economia pode ser de até R$ 2 por mês com o uso da lâmpada por quatro horas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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