Apesar da recessão na qual o país está mergulhado, a injeção de recursos do 13º, as festas de fim de ano e as férias prometem aquecer o comércio varejista de Belo Horizonte, mas sem gerar vagas temporárias de emprego como em anos anteriores. Pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) aponta que 11,9% das empresas planejam contratar funcionários temporários para o período do fim de ano. O índice é inferior em 7,2 pontos em relação ao ano passado, quando 19,1% das firmas apostaram no aquecimento das vendas de fim de ano. Mesmo sendo os contratos temporários quase três vezes menores que o ano de 2104, a analista de pesquisa da Fecomércio, Elisa Castro, afirma que o índice demonstra que o comércio varejista tem “esperança” de crescimento das vendas.
Segundo a pesquisa, a expectativa de horizontes melhores já está criando empregos temporários a partir do próximo mês. O levantamento demostra que 12% dos comerciantes vão investir de imediato para melhorar as vendas, sendo que a expectativa é que sejam criadas um total de 7.240 postos de trabalho. E mais. Entre as empresas que não contratarão, 42,7% não têm mesmo o hábito de contratar por tempo determinado e 42,3% não têm movimento suficiente na loja.
“Permanecemos em um cenário econômico que inspira cautela, com inflação elevada, juros altos e redução da renda. Isso contribui para a redução do consumo das famílias, observada ao longo de 2016. No entanto, tipicamente há aumento das vendas com as confraternizações de Natal. Como muitas empresas se planejaram e farão ações para esse período, a expectativa é de ampliação no quadro de funcionários”, explica Elisa. Segundo ela, a maior demanda é por vendedores, com 52,3% dos postos, seguido dos operadores de caixa, 31,8%, além de auxiliares de vendas (6,8%) e estoquistas, com 4,5% das vagas.
Crescer A pesquisa traz ainda outros alentos para a legião que busca trabalho. Entre as empresas que contrataram em 2015 e farão isso novamente neste ano, o total de novos postos vai crescer ou se manter, para 83,4% dos entrevistados. Os maiores investimentos em pessoal vêm sendo feitos pelo setor de livros, jornais, revista e papelaria com 36% do total de postos temporários, seguido pelo de tecido, vestuário e calçados, com 21,1%, e os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos com o mesmo valor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que ficam com a fatia de 15,8%, cada (veja quadro). “O fim do ano, além das festas, traz para as famílias outras despesas como o material escolar, os presentes de fim de ano, as viagens, e isto tudo ajuda a aquecer o comércios varejista”, explica a analista.
E contrariando também o cenário de recessão, o levantamento revelou que em apenas 17,4% das lojas a perspectiva de efetivação dos novos funcionários é nula. Já para 43,5%, as chances são altas ou muito altas. “No comércio, a mão de obra precisa ter um perfil diferenciado. Então, se o profissional se enquadra, o empresário se mostra disposto a contratá-lo definitivamente a partir de janeiro”, completa. Entre as empresas que mais contratarão estão aquelas com atuação no mercado entre 11 e 20 anos, que respondem por 30,8% das vagas temporárias, seguida de perto pelas de 21 a 50 anos no ramo, com 29,6% dos postos. As menores apostas são feitas pelas que se encontram nos extremos opostos do gráfico: os lojistas com mais de 50 anos de atuação, 2,7%, e aquelas com até dois anos, 5%.
Fonte: Jornal Estado de Minas