Shoppings e hipermercados já esticam horários de funcionamento na capital paulista e Grande São Paulo para atender consumidores que deixaram para fazer as compras nos últimos dias antes do Natal.
A ampliação do horário do comércio acompanha também a expectativa de aumento da circulação de consumidores após o término do prazo para as empresas depositarem a segunda parcela do 13º, que venceu na terça-feira (20). Os shoppings optaram por estender em uma ou duas horas o período de atendimento, mas não há padrão para abertura e fechamento dos centros de compras. Para não correr o risco de não conseguir fazer as compras, o consumidor deve verificar como é a programação de cada estabelecimento.
Entre quarta-feira (21) e sexta-feira (23), alguns locais estarão abertos ao público entre 9h e 23h, como é o caso do Shopping Penha (zona leste). Outros optaram por ficar mais tempo funcionando à noite, como o Center Norte, aberto das 10h até a meia-noite. Na véspera de Natal, a maior parte dos estabelecimentos atenderá das 9h às 17h ou das 10h às 20h. Os hipermercados Extra e Carrefour terão algumas de suas unidades funcionando 24 horas nos próximos dias.
CRISE
Apesar do esforço para atender os clientes de última hora, os empresários do comércio estão pessimistas quanto às vendas para o Natal, segundo a CNC (confederação do comércio). Segundo pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), assim como ocorreu em 2015, a crise afetou a intenção dos paulistanos em presentear no Natal. No total, 57,3% dos paulistanos pretendem dar presentes neste Natal, patamar muito próximo aos 56,8% do ano passado.
De acordo com a FecomercioSP, no período entre os anos de 2009 e 2016, a intenção de presentear atingiu o seu nível mais baixo nos últimos dois anos. Essa proporção, que atingiu seu ápice em 2012, quando cerca de 84% dos paulistanos pretendiam presentear no Natal, caiu para 67% em 2013, 60% em 2014 e agora permanece no patamar de 57%
O valor médio do presente subiu 5% de R$ 56 para R$ 59. A proporção de consumidores que pretendem gastar menos em relação ao ano anterior atingiu 53,5%, estável em relação a 2015. Já a proporção que planeja gastar mais caiu de 26,4% para 21,8%, o menor nível desde 2009. A escolha de presentear com roupas, calçados e acessórios continua no topo da lista (65,4%). Em seguida estão brinquedos (28,3%), perfumes e cosméticos (18,9%) e telefone celular (4,4%).
MAIORIA NÃO PAGOU CONTAS DE 2015
Apesar do elevado número de endividados no Brasil, as compras de presentes de Natal continuam, mesmo que isso agrave ainda mais a situação das famílias. Segundo o educador financeiro José Vignolli, do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), uma pesquisa revelou que 54% dos consumidores que fizeram compras no Natal do ano passado ainda estão endividados por conta disso.
De acordo com o especialista, são consumidores que devem ter se excedido nas compras de Natal e passaram este ano no vermelho. O principal a ter em mente nessa reta final das compras de Natal é não comprar por impulso e lembrar-se das despesas de início de ano.
Até na hora de pagar as dívidas é preciso ter cautela. Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, da DSOP Educação Financeira, antes de sair pagando as dívidas, é preciso saber o valor total, os juros e os prazos para tentar renegociar com o credor.
Fonte: Folha de São Paulo