Preço do trigo importado cai 34%

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As despesas com a importação de trigo caíram neste ano. No primeiro trimestre o preço médio da tonelada desembarcada no Brasil foi de US$ 200 ante US$ 303 a tonelada nos três primeiros meses do ano passado, queda de 34%. Em março, houve uma pequena alta nos preços - US$ 213/t, em média, contra US$ 315/t no mesmo mês de 2008 - mas ainda assim o recuo foi de 32% em 12 meses. Os dados são do Ministério da Agricultura.

 

Em volume, as importações de trigo também recuaram. Foram 1,6 milhão de toneladas até março ante 2,5 milhões de toneladas nos três primeiros meses de 2008. Mas a diferença reflete a situação atípica registrada no mercado argentino no ano passado, quando a maior parte das licenças de exportação de trigo foi liberada no início da safra (novembro), obrigando os moinhos brasileiros a concentrarem suas compras do cereal naquele período, o que resultou em maior volume desembarcado nos dois primeiros meses de 2008.

 

Em março, as importações de trigo somaram 709,1 mil toneladas ante 528 mil toneladas no mesmo mês de 2008. Apesar das restrições, a Argentina continuou sendo o principal fornecedor do grão ao Brasil, com 582,160 mil toneladas. Do Paraguai vieram 71,8 mil toneladas e do Uruguai, 55,2 mil toneladas. No entanto, já percebe-se uma maior participação do Paraguai e do Uruguai como fornecedores, ocupando um espaço que seria do principal parceiro do Brasil no Mercosul. Em março do ano passado, as compras de trigo do Paraguai somaram 34,2 mil toneladas e do Uruguai, 28,7 mil toneladas.

 

Isenção da TEC para o cereal pode ser solução para o Brasil

 

A isenção da Tarifa Externa Comum (TEC), praticada na área do Mercosul para a importação de trigo de países como Canadá ou Estados Unidos, que poderá valer a partir do segundo semestre, será a solução para a garantia do abastecimento interno e a manutenção do preço do produto no País. O Brasil enfrenta dificuldades para comprar trigo da Argentina - um dos maiores produtores mundiais do cereal - por problemas com a estiagem e com o aumento da cotação do dólar.

 

O conselheiro da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Lawrence Pih, afirmou que é mais vantagem importar o produto do que produzir, uma vez que o subsídio dado ao agricultor nacional fica muito caro. Ele lembra que, enquanto o custo da produção de uma tonelada pela Argentina fica em US$ 100, no Brasil passa de US$ 200. A Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral com a Argentina realizou reunião na semana passada em São Paulo, quando o governo argentino manifestou preocupação com a redução de 39% no comércio entre os dois países no primeiro trimestre deste ano em relação a 2008.

 

Durante a reunião, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o país vizinho prometeu ao secretário-executivo da pasta, Ivan Ramalho que, após realizar levantamento sobre a produção de trigo deste ano, informará o Brasil sobre potencial dos estoques que estará disponível para venda. O assunto deverá voltar a ser discutido na próxima reunião bilateral sobre comércio, prevista para o dia 30 deste mês, em Buenos Aires.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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