São Paulo - Após cinco altas consecutivas, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pela Fundação Getúlio Vargas, recuou 0,5 ponto em maio, passando de 89,1 para 88,6 pontos. O levantamento, que foi finalizado no dia 23 deste mês, já captou um pouco do impacto da crise política, iniciada no dia 17 de maio.
A tendência, no entanto, é que a situação se agrave nas próximas medições: "A coleta de dados para a pesquisa de maio já estava quase terminando quando foi deflagrada a crise política, no dia 17, com potencial para aumentar o grau de incerteza econômica e afetar o ritmo (já lento) de recuperação do setor", diz, por meio de nota, o superintendente de estatíscas públicas da FGV, Aloisio Campelo Jr.
De acordo com ele, a acomodação da confiança do comércio em maio ocorreu em um patamar ainda baixo em termos históricos, mas já mostrou certa melhora. "Nota-se recentemente uma melhora de humor nos segmentos relacionados às vendas a prazo - possível reflexo da tendência de queda dos juros e liberação de recursos do FGTS", completou.
Por segmento
O indicador apresentou queda em 6 dos 13 segmentos pesquisados em maio, influenciada pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM), que retraiu 1,0 ponto no mês, fechando em 94,8 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ficou estável em 82,9 pontos.
A maior contribuição para a queda do IE-COM no período foi dada pelo quesito que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses a frente, que recuou 1,1 ponto em relação ao mês de abril, fechando com 94,3 pontos.
Apesar da estabilidade do ISA-COM, o índice avançou pelo quarto mês consecutivo quando considerada a métrica de médias móveis trimestrais. Outro indicador que sinalizou melhora do ambiente de negócios no ano foi o de "desconforto". Construído com dados da Sondagem do Comércio o índice mede a proporção de empresas que apontam três fatores limitantes à melhoria dos negócios: demanda insuficiente, custos financeiros e acesso ao crédito bancário.
Fonte: DCI São Paulo