Yoki reduz fatia dos produtos básicos e investe na marca Mais Vita

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A suspensão da produção de amido de mandioca na fábrica da Yoki em Guaíra (PR), cidade de 30 mil habitantes a 670 quilômetros de Curitiba, dá uma dimensão dos rumos que a empresa alimentícia está dando aos seus negócios. Criada em 1990, a marca Yoki, sucessora da cinquentenária Kitano, tem deixado de ser uma fabricante de cereais, farináceos, pipocas e paçoquinhas para incluir mais produtos elaborados em seu portifólio.

 

"Se nos anos 90 a nossa receita se concentrava em produtos básicos, como fubá, polvilho e amido de milho, hoje cerca de 25% do faturamento vêm desse tipo de produto", diz o vice-presidente da Yoki, Gabriel Cherubini. Ele traça uma nova meta para os próximos dez anos: transformar a marca Mais Vita, de produtos à base de soja, lançada em fevereiro de 2008, na líder de receita da empresa. Hoje, essa marca responde por apenas 8% do faturamento, que foi de R$ 820 milhões em 2008.

 

"Mas ainda este ano a Mais Vita vai aumentar sua participação na receita total para 10%, pelo menos", afirma Cherubini, que prevê faturamento total de R$ 920 milhões em 2009. O executivo, genro do fundador, Yoshizo Kitano, acredita que a aposta nos produtos de apelo saudável é o melhor caminho a ser trilhado. Criada há dez anos, a marca Mais Vita - de produtos como linhaça, gergelim e açúcar mascavo - era bem pouco expressiva até fevereiro do ano passado, quando a Yoki incrementou a linha com o lançamento da bebida à base de soja. Hoje, 14 meses depois, já está na vice-liderança desse mercado que não para de crescer e movimentou R$ 673 milhões no ano passado, segundo a Nielsen. De acordo com Cherubini, a bebida da Mais Vita tem um naco de 9% desse segmento muito disputado e só perde para a líder absoluta Ades, da Unilever, dona de 63%.

 

Agora, a Yoki investe R$ 2 milhões para ampliar a linha em quatro sabores da bebida. Dois deles - milho verde e paçoquinha - aproveitam o ensejo das festas juninas, período que concentra entre 25% e 30% do faturamento da fabricante no ano.
"Se a aceitação for boa, vamos manter os sabores sazonais durante o ano todo", diz Cherubini, que também leva às gôndolas a bebida Mais Vita chá verde com hortelã e chá verde com limão. Haverá degustação em cerca de 400 pontos de venda no país.

 

Na esteira das novidades saudáveis, a marca Yokitos, de salgadinhos, terá reduzido em cerca de 25% seu teor de sal no segundo semestre. As embalagens de produtos como bolinhas de queijo, conchinhas de presunto e bacon já estampam a apresentação "Enriquecido com 10: 9 vitaminas + ferro; fonte de fibras".

 

Há lançamentos menos ortodoxos, como o Juninho, um cone de cartolina recheado com minis pés de moleque. Sazonal, o produto será pendurado em "parreiras", a exemplo de ovos de Páscoa. "A ideia vem do interior de Minas, onde doces em cartolinas coloridas é tradição nessa época", diz Cherubini.

 

Com novas sopas na metade do ano, a marca Kitano deixa de figurar entre os chás, categoria agora representada só pela marca Lin Tea, da Yoki. A empresa decidiu concentrar na Kitano as sopas e condimentos. Outras marcas são Chef Line (voltada ao mercado de alimentação fora do lar) e Tori (de ração para pássaros).

 

Ao todo, os investimentos deste ano somam R$ 5 milhões, metade do que foi aplicado em 2008. Um reflexo da crise, segundo Cherubini, que não descarta, porém, o crescimento de 12% este ano. "Aumentando a presença no Nordeste, com a abertura de uma filial em Fortaleza (CE), onde as vendas têm ido muito bem, assim como no Centro-Oeste", afirma.

 

Enquanto isso, a Hikari, concorrente que compartilha com a Yoki a ascendência japonesa e a época de fundação, tenta sair de um processo de recuperação judicial. É dona de uma fábrica em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Já a Yoki tem oito fábricas, incluindo a desativada em Guaíra. "Ainda não sabemos se vamos retomar a produção lá", diz o executivo, sem dar detalhes. Segundo a Prefeitura de Guaíra, a operação, bastante automatizada, contava com cerca de 25 funcionários e foi suspensa há dois anos. Para isso, teria contribuído a crise na produção de mandioca na região, com excesso de oferta, que baixou muito o preço da matéria-prima.

 

Veículo: Valor Econômico


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