O plantio de trigo no Estado está começando neste mês e as perspectivas apontam para uma produção que poderá ser igual ou até 10% superior às 100 mil toneladas produzidas na safra anterior. Segundo o vice-presidente da Associação dos Triticultores de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Elias Abrahim, esse cenário de possível incremento poderá ser reforçado pelos preços pagos ao produtor, que deverão sofrer altas no período de entressafra da cultura.
De acordo com Abrahim, com a triticultura mineira registrando um maior volume produzido, a quebra de quase 50% da produção de trigo na Argentina é um dos fatores que também poderá alavancar os preços deste grão na entressafra. Segundo ele, os preços podem ser reajustados entre 10% e 15%, chegando a girar entre R$ 650 e R$ 700 a tonelada em Minas Gerais. Atualmente, a tonelada do grão se mantém em torno de R$ 580 no Estado.
Porém, de acordo com o dirigente, este momento é decisivo para os produtores se ajustarem para a próxima safra no Estado. Segundo ele, a janela de plantação em Minas Gerais terminará no dia 10 de junho mas, caso o produtor venha a optar pelo início do plantio após o dia 30 de maio, terá nas mãos uma "lavoura de risco" uma vez que, neste período, a época da colheita coincide com o período chuvoso de outubro, podendo gerar perdas na lavoura, explicou.
Custos altos - Mesmo com a perspectiva de altas nos preços no período de entressafra, os custos com a cultura continuam com alta em torno de 15%, principalmente por causa dos insumos utilizados nas lavouras, destacou Abrahim. De acordo com ele, este período é de extrema importância para as lavouras de trigo, uma vez que os produtores estão buscando por adubo para o próximo plantio e, com uso adequado, poderão incrementar a produtividade nos campos. "O interessante para o produtor é quando chega nesse período e ele encontra os insumos mais em conta, o que acaba reduzindo os custos", salientou.
Mas, um entrave neste período de compra de insumos é que o potássio, por se tratar de um produto importado, se mantém em alta no mercado, o que onera ainda mais os gastos dos produtores com as lavouras, criticou. "A triticultura mineira está caminhando bem e agora resta aguardar os próximos 30 ou 40 dias para se ter uma noção mais concreta sobre o andamento do plantio de trigo no Estado", afirmou Abrahim.
Veículo: Diário do Comércio - MG