Quanto valem as hortaliças?

Leia em 3min 40s

O mercado de hortaliças é altamente diversificado, com mais de 80 espécies e uma grande segmentação, devido a diferentes tipos de produtos

 

Tomate, alface, cenoura, cebola, pimentões, pepinos, abóboras e tantas outras hortaliças compõem o prato dos brasileiros. Mesmo assim, o consumo é ainda muito baixo: estima-se 30 kg por pessoa por ano contra mais de 100 kg por pessoa por ano na Europa e Ásia.  O baixo consumo tem reflexos na saúde. Muitas doenças poderiam ser evitadas consumindo as diferentes vitaminas, sais minerais e outros nutrientes expressos por meio das suas mais variadas cores. Muitas ajudam no combate a obesidade e as doenças derivadas dela, como pressão alta e diabetes; doenças cardiovasculares, câncer, etc. Nutricionistas pelo país afora tem informado sobre os benefícios à saúde. A obesidade, por exemplo, já traz problemas para o brasileiro, que consome três vezes menos hortaliças e frutas ao dia do que as 400 g por pessoa por dia recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. A expectativa é que com a mudança da dieta alimentar do consumidor brasileiro, que já começou a reduzir a ingestão de produtos calóricos, substituindo-os por dieta mais ricas em fibras, vitaminas, sais minerais, todos facilmente encontrados em hortaliças (verduras e legumes) e frutas, haja a diminuição da doença. A adoção desta dieta pode reduzir as mortes devido a câncer  na ordem de .20%, segundo o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer. Para contribuir com a alteração deste panorama, várias iniciativas têm sido adotadas com o objetivo de aumentar o consumo de hortaliças e frutas pelos Ministérios da Saúde, Educação e Agricultura, câmaras setoriais e diversas entidades em diferentes setores.

 

Associações, pesquisadores, institutos, câmaras setoriais têm desenvolvido e colocado em prática projetos para incentivo ao consumo. Desde o início da cadeia produtiva de hortaliças, estes mesmos profissionais tem atuado para esclarecer e orientar produtores em temas tão diversos, que vão desde técnicas de manejo e gerenciamento da produção, como a importância da adequação às normativas que envolvem o segmento. O setor também atua em tornar tais legislações mais coerentes e de fácil aplicação. Trabalham ainda para suprir lacunas em assistência técnica, oferecendo treinamento em boas práticas agrícolas, como a aplicação correta e segura de defensivos, já que a principal dificuldade enfrentada é o pequeno leque de produtos agroquímicos registrados e autorizados para o uso em hortaliças. Nesse sentido, o setor tem trabalhando assiduamente na viabilização do registro dos produtos atualmente empregados pelos produtores, o que poderia evitar resultados como os divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 17 de abril passado.

 

Com relação a tais resultados, toxicologistas e pesquisadores avaliam a divulgação da Agência como válida para monitorar a produção de certas hortaliças e legumes; porém, não deve refletir na queda do consumo de tais produtos, já que os pesticidas geralmente empregados não têm efeito cumulativo. É importante que a população esteja alerta sobre os resíduos possivelmente presentes nas hortaliças e legumes; porém, os consumidores também devem ser orientados sobre a melhor maneira de consumir tais produtos. Não se deve deixar de comê-los, já que os riscos que as presenças dessas quantidades de resíduos significam são muito menores que os riscos que uma pessoa corre se deixar de se alimentar corretamente. Deve-se apenas higienizar bem os produtos, com água e sabão.

 

Além disso, outro importante avanço verificado nos últimos anos para garantir a segurança alimentar é a rastreabilidade implantada pelas grandes redes de varejo, garantindo a origem dos produtos e também a certificação das boas práticas agrícolas aplicadas ao longo do ciclo produtivo, no controle de pragas e doenças.

 

É importante ressaltar que o mercado de hortaliças é altamente diversificado, com mais de 80 espécies e uma grande segmentação, devido a diferentes tipos de produtos. Reúne mais de 700 mil produtores, que geram cerca de quatro a seis empregos diretos por hectare e perto de 3 milhões de empregos diretos. 

 

Mesmo diante das últimas notícias apresentadas pela mídia envolvendo a Anvisa e os pimentões, tomates, cenouras e outros vegetais, o consumo de legumes e hortaliças continua sendo demasiado importante, já que seus benefícios são imensuráveis ao país e aos consumidores, gerando emprego e renda, além de saúde para todos nós.

 

Veículo: Portal do Agronegócio


Veja também

Preço do pão varia 91,7% em João Pessoa

O preço do quilo do pão francês em João Pessoa varia até 91,7%, segundo pesquisa divul...

Veja mais
Operação do Ipem/SP aprova pão de forma

O Instituto de Pesos e Medidas do Estado do São Paulo (Ipem/SP), autarquia vinculada à Secretaria da Justi...

Veja mais
Qualimax Food Service lança molhos e temperos

A Liotécnica traz seis lançamentos em molhos e temperos na linha Qualimax Food Service. São tr&ecir...

Veja mais
Urbano lança Macarrão de Arroz

A Urbano traz para o mercado brasileiro a Massa Alimentícia de Arroz. Para produzir a novidade, a empresa foi bus...

Veja mais
Nestlé mantém liderança no ranking do leite

Apesar de a Perdigão ter feito duas importantes aquisições de empresas de lácteos entre o se...

Veja mais
GBarbosa segue a trilha dos gigantes para crescer mais

Ao assumir o comando da rede sergipana de supermercados GBarbosa, a quarta maior rede desse segmento do País, cuj...

Veja mais
Identidade da higiene

Tem muita mulher vasculhando a necessaire masculina. Uma pesquisa encomendada pela Bic à Ipsos revelou que 62% da...

Veja mais
CMPC, do Chile, paga o dobro pela Melhoramentos Papéis

A CMPC Tissue S.A, filial da chilena Empresas CMPC, comprou por R$ 400 milhões a Melhoramentos Papéis, da ...

Veja mais
Redes iniciam guerra de ofertas na linha branca

As vendas de linha branca - fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupa - aumentaram entre 20% e 25% no f...

Veja mais