Receita da Nestlé cai no trimestre

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As vendas da Nestlé caíram pelo segundo trimestre consecutivo, contrariando as expectativas, pelo fato de os consumidores terem recorrido a alternativas mais baratas para produtos como as águas San Pellegrino e Perrier. A receita do primeiro trimestre caiu 2,1%, para 25,2 bilhões de francos suíços (US$ 21,6 bilhões), informou ontem a empresa, sediada em Vevey, na Suíça. O valor ficou aquém da mediana das estimativas dos analistas, que apontava para 26 bilhões de francos suíços. Esta é a primeira vez em quatro anos em que a Nestlé tem dois trimestre consecutivos de queda nas vendas.

 

A expansão das vendas desacelerou para 0,3% no primeiro trimestre, o correspondente a um décimo do ritmo observado em 2008, uma vez que os consumidores abandonaram as marcas da Nestlé em favor de alternativas mais baratas. Entre as melhores marcas da Nestlé está a Nespresso, vendida por preços até cinco vezes maiores que os do café moído na Suíça, e a água San Pellegrino, comercializada a um custo quatro vezes maior que suas alternativas genéricas.

 

"Os consumidores estão em estado de choque no que diz respeito à economia", disse James Amoroso, consultor da indústria alimentícia lotado em Walchwil, na Suíça. "O atual comportamento do consumidor se deve ao temor com relação ao futuro. A mídia está cheia, todos os dias, de reportagens sobre a recessão mundial e de uma avalanche de prognósticos apocalípticos."As vendas conhecidas como orgânicas, ou a receita menos as aquisições, alienações e a influência cambial, aumentaram 3,8%, menos do que a mediana de 11 estimativas captadas em pesquisa, que prognosticava 4,2%. A alta dos preços aumentou o crescimento das vendas em 3,5%, mais do que os 3,2% antecipados pelos economistas.

 

As vendas do Nespresso subiram mais que 20% no primeiro trimestre, comparativamente aos cerca de 40% de expansão registrados no mesmo período do ano passado, disse Roddy Child-Villiers, diretor de relações com o investidor. A desvalorização de moedas como o euro, a libra esterlina e o real brasileiro em relação ao franco suíço reduziu a expansão da receita em 5,2%, informou ontem a Nestlé. Segundo dados captados pela pesquisa, os analistas previam uma queda de 3 pontos percentuais. As vendas orgânicas realizadas nas três Américas subiram 7,1%, comparativamente aos 10% de crescimento de 2008.

 

A Nestlé afirmou que seu alcance global e fortes marcas, junto a medidas para responder à crise econômica como a promoção de produtos mais baratos e o corte de despesas, indicam um crescimento das vendas orgânicas em 2009 de " quase 5%". O analista independente James Amoroso disse que o fraco crescimento dos volumes se deve em grande parte à difícil comparação com o ano passado e à Páscoa tardia que, segundo a companhia, atingiu as vendas de sorvete na Europa e de chocolate no Brasil.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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