São Paulo - A crescente importância da Black Friday para o calendário do varejo brasileiro se confirmou na edição deste ano. Com alta nas vendas em torno de 21% só no ambiente on-line, o avanço veio acompanhado de um salto de 17% na incidência de reclamações durante o período de compras.
Segundo levantamento do Reclame Aqui, até a meia-noite de sexta-feira, foram feitas mais de 3.503 reclamações, aumento de 17,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O principal motivo é a propaganda enganosa, que atinge 13,5% das queixas. Divergência de valores e problemas para finalizar a compra foram reportadas ao lado de reclamações por dificuldades de finalizar compra (9,6%) e divergência de valores (8,8%).
"O consumidor está mais preparado e aprendeu a detectar se as ofertas são verdadeiras ou não", comentou o diretor de marketing do Reclame Aqui, Felipe Paniago, ressaltando que o brasileiro esperava volumes maiores de descontos. "Descontos de 50% não aconteceram muito e era o que o consumidor estava esperando. Produtos com 20% são considerados com boa oferta."
Em 2016, o Reclame Aqui apurou 2,9 mil reclamações no evento, sendo 22% das queixas sobre propaganda enganosa. Um ano antes, foram 4,4 mil queixas sendo a propaganda enganosa o principal motivo de reclamação (36,2%).
O número de reclamações reportadas ao órgão oficial de defesa do consumidor, o Procon, é menor que do Reclame Aqui. De acordo com balanço divulgado pelo Procon- SP, até as 11h de sexta-feira foram 160 reclamações.
Ambiente digital
Só na quinta-feira que antecedeu a Black Friday, a venda apresentou crescimento nominal de 21% no e-commerce, de R$ 355 milhões para R$ 428,5 milhões, na comparação com o dia anterior à grande data em 2016, de acordo com o monitoramento da Ebit. O número de pedidos cresceu 23%, de 723,5 mil para 886,8 mi, e o tíquete médio caiu 2%, de R$ 491 para R$ 483. "Os números mostram que deu certo a estratégia dos varejistas online de aproveitar a véspera da Black Friday para atrair a atenção do consumidor", disse o CEO da Ebit, Pedro Guasti.
Evento ajudará no mês
Com o resultado da Black Friday, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima uma expansão nas vendas do varejo paulista neste mês. A projeção é de alta de 8,5% sobre novembro do ano passado, somando R$ 55,2 bilhões. "O resultado consolida o processo de reversão do pior ciclo recessivo vivido pelo comércio, iniciado em 2014 e que perdurou até 2016", dizia o relatório da entidade.
A expectativa é de que o setor de autopeças e acessórios seja um dos mais beneficiados, com alta de 19,9% nas vendas em novembro, seguido por de eletrodomésticos, eletrônicos e loja de departamento.
Fonte: DCI São Paulo