O aumento constante da demanda por batata pré-preparada é um dos fatores que vai impulsionar a produção do tubérculo em Minas Gerais na década 2017/2027. De acordo com o estudo feito pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), “Projeções do Agronegócio Mineiro 2017 a 2027”, a tendência é de que a colheita de batata alcance 1,53 mil toneladas no final da década, o que representará uma elevação de 22,3% frente a 2017. A expectativa é de que o crescimento seja impulsionado pela produtividade, resultado da alta tecnologia aplicada no cultivo da batata voltada para a indústria de processamento.
Maior produtor de batata do País, Minas Gerais colheu, em 2017, cerca de 1,3 milhão de toneladas. Com condições favoráveis de clima, solo e temperatura, é possível cultivar batatas durante todo o ano, gerando emprego e renda, desde as lavouras até o processamento industrial.
A produção do tubérculo está distribuída em 10% dos municípios mineiros, totalizando 86, dos quais 60 estão localizados na região Sul. A produção também é destaque no Alto Paranaíba, onde estão instaladas unidades processadoras de batatas. Os maiores municípios produtores do Alto Paranaíba são Perdizes, que representa 19% do volume estadual e Rio Paranaíba, com 8,5% da safra. No Sul de Minas, o destaque é Ipuiúna, responsável por produzir 9,4% da batata mineira.
De acordo com o coordenador técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), unidade Pouso Alegre, no Sul do Estado, Raul Maria Cássia, a tendência é de que o mercado para a batata pré-preparada cresça substancialmente nos próximos anos, o que vai impulsionar a produção voltada para as indústrias processadoras.
Migração - “Antes, a produção de batatas em Minas Gerais estava concentrada no Sul do Estado e agora está crescendo muito no Alto Paranaíba. Além da altitude, no Sul de Minas, a mecanização intensiva da cultura da batata tem dificultado a permanência da agricultura familiar. Muitos produtores estão migrando de cultura, principalmente nas safras das águas e da seca. Nos últimos anos, produtores de médio e grande porte migraram para o Alto Paranaíba, já que a região tem topografia adequada, altitude com chapada, o que permite a mecanização do plantio”.
O resultado do maior uso de tecnologias, como a mecanização dos processos, vem promovendo o ganho em produtividade. Dessa forma, a tendência é que entre 2017 e 2027 a produção cresça 22,3%, somando 1,53 milhão de toneladas, enquanto a área cultivada deve estabilizar em 1,78 milhão de hectares, o que representa um avanço de apenas 0,28% frente à área ocupada em 2017.
O aumento da produção deve ocorrer na região próxima às indústrias processadoras, como no Alto Paranaíba. A facilidade de preparo e a variedade de pratos pré-prontos que utilizam a batata são fatores que vêm estimulando o consumo do produto industrializado.
Já para o Sul de Minas, região que tem a produção mais voltada para o consumo in natura, a tendência é de queda na produção. Com a menor demanda, os preços pagos aos produtores de batata vêm registrando queda, o que, aliado aos custos elevados, tem descapitalizado e desmotivado os pequenos produtores.
Abastecimento - Segundo os dados da Seapa, Minas Gerais é autossuficiente no abastecimento do mercado de batata in natura e produz excedentes que são destinados a vários estados, principalmente para São Paulo. Em relação à batata industrializada, o Estado é autossuficiente na fabricação de batata palha, produzindo 100% da matéria-prima. Cerca de 60% da batata pré-frita congelada também é produzida em Minas, e o restante precisa ser importada de outros estados, principalmente de São Paulo.
O Estado depende ainda da importação de cerca de 40% de batata-semente, oriunda de outros estados e de outros países.
Fonte: Diário do Comércio de Minas