Vendas de medicamentos genéricos aumentam 19,4% no trimestre

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Pelo segundo trimestre consecutivo, os medicamentos genéricos registraram recorde de vendas em unidades. Nos primeiros três meses do ano foram comercializadas 71,2 milhões de unidades, 19,4% a mais que no mesmo período de 2008, quando atingiu a marca de 59,6 milhões. Em valores, houve alta de 21,7%, para R$ 939 milhões. Em dólares, em decorrência da valorização da moeda norte-americana, houve queda de 18,5%, para US$ 406 milhões.

 

"Atingimos esses resultados exatamente no auge da crise porque o genérico se tornou uma opção para quem sofreu redução de renda ou emprego", diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti.

 

A participação dos genéricos no mercado farmacêutico como um todo em unidades encerrou o trimestre em 17,7%, o que representa alta de 2,1 pontos percentuais em relação aos 15,6% verificados no mesmo período do ano passado. Em valor, a participação também evoluiu. Os genéricos responderam por 14,2% em valores no mercado nos três primeiros meses de 2009, frente a 12,8% no ano passado.

 

MercadoO mercado farmacêutico total também apresentou crescimento no primeiro trimestre do ano. O conjunto da indústria registrou vendas de 402,6 milhões de unidades entre janeiro e março de 2009, ante 383 milhões em igual período de 2008, fechando com alta de 5,1%. Pelo critério valor houve retração de 17,4 % no período em decorrência do impacto da crise econômica no câmbio. "Vendemos mais, mas em real, moeda que se desvalorizou frente ao dólar, dá alteração quando se faz a conversão dos resultados", diz Finotti.

 

O dólar também causa impacto nos custos da indústria, que tem 80% de sua matéria-prima cotada nesta moeda. "Estamos gastando 40% a mais para comprar a mesma mercadoria", diz. Nem o aumento de 5,9% autorizado pelo governo em março foi suficiente para compensar a perda, segundo ele. Para Finotti, diante dos resultados de venda do trimestre já dá para projetar um crescimento em torno de 20% para 2009, tanto em unidades como em valores, considerando o real como a moeda de referência. Com isso, ele acredita que o setor deve continuar chamando a atenção de multinacionais que queiram se instalar em mercados emergentes promissores como o Brasil, assim como aconteceu com a Sanofi-Aventis, que comprou a Medley. "A consolidação vai continuar e os grandes devem buscar empresas que complementem seus portfólios, mas serão seletivas na hora da compra", diz.

 

Preço

 

Finotti, porém, não acredita que haja uma grande mudança na política de preços com a entrada de novos concorrentes no setor de genéricos. Isso porque está no preço a grande arma deste tipo de medicamento para conquistar os consumidores. "Claro que seria mais saudável para as empresas do setor, cujas margens são cerca de 60% mais baixas que de um produto de marca, mas neste negócio o que conta é volume", diz.

 

O presidente da Pró Genéricos também dúvida da formação de uma "Big Farma" como o governo queria. Isso porque, em sua opinião, as grandes nacionais possuem portfólios de produtos concorrentes e não complementares. "Isso é um limitador claro", diz.

 

Ao excluir os genéricos da avaliação sobre desempenho do mercado farmacêutico brasileiro se constata que o mesmo apresentou crescimento de 2,5% no volume de unidades comercializadas. Foram 331,3 milhões no primeiro trimestre deste ano ante 323,3 milhões no mesmo período de 2008. O crescimento do mercado de genéricos superou o do restante do mercado farmacêutico em 3,8%

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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