O Grupo Pão de Açúcar vai manter a postura conservadora e a política de investimentos baseada no retorno de capital. O plano da varejista, afirma o presidente Cláudio Galeazzi, é voltar a "pisar no acelerador do investimento" nos próximos trimestres de uma forma tão agressiva quanto o mercado e a performance da empresa permitirem. "Só vamos acelerar o processo de investimentos na medida em que a equação economia geral versus nossos resultados assim permitirem", afirma.
Apesar do momento de crise financeira internacional, os números apresentados pela empresa esta semana mostram um crescimento de 10,6% nas vendas do primeiro quadrimestre do ano. Levando em consideração o conceito mesmas lojas (unidades abertas há pelo menos um anos) o crescimento foi de 9,2% (3,3% deflacionadas pelo IPCA). No trimestre, as vendas brutas cresceram 6%, e 4,6% no conceito mesmas lojas. "Nosso desempenho está nos levando a ganhos de participação de mercado, sem grandes expansões", afirma o presidente do conselho de administração da companhia, Abilio Diniz.Na avaliação do empresário, os resultados do grupo nos dois últimos trimestres mostram que a companhia está cada vez mais forte e ágil. Seu lucro líquido cresceu 185,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 94,4 milhões, ou R$ 74,5 milhões levando em consideração o resultado ajustado, impactado por gastos de reestruturação. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) alcançou R$ 312,3 milhões, uma expansão de 14,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Organograma
Em teleconferência com analistas de mercado realizada ontem, Diniz reiterou a permanência de Galeazzi por mais um ano no cargo de presidente do grupo. "Não se mexe em time que está ganhando", justificou.
Desde que assumiu o cargo no final de 2007, Galeazzi tem entre suas missões preparar seu sucessor, que será escolhido entre os executivos do grupo. "O trabalho de preparar um presidente é longo e merece a maior atenção, cuidado e carinho", diz.
Com quatro vice-presidentes em seu organograma, o Pão de Açúcar quer manter em seu quadro uma equipe com funções muito menos táticas e muito mais estratégicas. "Eles devem ser responsáveis pela criação, pelo pensamento estratégico da companhia", disse se referindo a Enéas Pestana, José Roberto Tambasco, Hugo Bethlem e Ramatis Rodrigues, que acaba de assumir o cargo no lugar de Caio Mattar, agora presidente da empresa imobiliária criada pela varejista. "É uma sinalização clara de que queremos separar esse negócio do nosso negócio principal e gerar ganhos em todas as possibilidades que tivermos, inclusive no mercado imobiliário", afirma Diniz.
Veículo: Gazeta Mercantil