Carrefour e Ricoy dividem a compra das lojas do Gimenes

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Os credores do Gimenes S.A. aprovaram ontem, em assembleia, uma proposta de compra conjunta, feita pelo Carrefour e pela Associação Ricoy, que avalia a rede varejista do interior paulista em R$ 60 milhões. Pela oferta, o Carrefour pagará à vista R$ 45 milhões por dez lojas Gimenes e a Ricoy desembolsará R$ 15 milhões, em 96 parcelas corrigidas pela TJLP, por outras 12 lojas da rede. Em nota à imprensa, a Gimenes informou que os grupos garantiram a recontratação de 80% dos 1,7 mil funcionários demitidos em março deste ano.

 

"A proposta ainda é ruim, mas, é melhor do que as anteriores", disse um credor. Na última sexta-feira, os credores haviam rejeitado os R$ 55 milhões à vista oferecidos pelo Carrefour por 22 lojas Gimenes e também não aprovaram os R$ 80 milhões (em 96 parcelas, ou oito anos) da proposta da Ricoy por 23 lojas da rede. Como ambas propostas anteriores se equivaliam financeiramente, os credores ganham R$ 10 milhões com a nova oferta agora aprovada.

 

Em recuperação judicial desde dezembro de 2008, a Gimenes é controlada e administrada, desde 2006, pelo fundo Governança e Gestão Investimentos, da G &G, que tem como sócio o economista Antônio Kandir.

 

Em 2007, o grupo chegou a ter 29 lojas em 17 cidades da região de Ribeirão Preto e faturou R$ 509,3 milhões, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em dezembro, fechou seis lojas e demitiu 313 funcionários.

 

Em março deste ano, já em recuperação judicial, fechou as outras 23 lojas e demitiu os 1,7 mil funcionários restantes. Desde então, com dívida estimada em R$ 100 milhões, a rede está inoperante. Pela proposta aprovada ontem, a loja sede da Gimenes, em Sertãozinho, fundada em 1957 por Antônio Gimenes Filho, deverá ficar com a família, assim como a marca Gimenes. "Percebemos claramente, desde a primeira assembléia, em fevereiro, que, quanto mais tempo as lojas se mantivessem fechadas, pior seria para os credores, funcionários, clientela e até para os antigos donos (fundo G&G, com 85%, e família Gimenes, com 15%)", disse um credor. "Não havia outra alternativa, a não ser a falência", desabafou.

 

Pela legislação da recuperação judicial, o Gimenes está impedido de receber outra proposta e Carrefour e Ricoy não podem recuar em suas ofertas. O Carrefour deverá operar sua parte nas lojas Gimenes com a bandeira Dia, que cresce na região. A Ricoy, com 59 lojas e 5,2 mil funcionários na Grande São Paulo e em Itapetininga, pode incorporar o Gimenes como mais uma marca. Já fazem parte da rede as marcas Ricoy, Yokoi, Riviera, Economax, A Mais, Pão de Mel e Peri.

 

A próxima batalha dos credores do Gimenes será durante assembléia marcada para quarta-feira, na sede da companhia, em Sertãozinho, quando poderá ser aprovado o plano de recuperação da rede varejista. "Vamos decidir como será usado o dinheiro", disse um dos credores. Em comunicado à imprensa, o grupo Carrefour informa que assumiu o compromisso de contratação de 80% dos funcionários que atuavam nas lojas adquiridas, na ocasião do fechamento das lojas. "Desta forma, reforça a política de contribuir com o desenvolvimento das regiões onde atua e de fortalecer sua relação com a comunidade", informa o comunicado.

 

Todas as unidades adquiridas pelo Carrefour estão localizadas no Estado de São Paulo. As unidades registraram faturamento de aproximadamente R$ 190 milhões, em 2008. O diretor financeiro e de gestão do Carrefour para o Brasil, Pedro Magalhães, participou pessoalmente da assembléia do último dia 5 de maio, quando o Carrefour formalizou sua proposta inicial. "A aquisição (das lojas Gimenes) reforça a estratégia do grupo, confirmando a posição de liderança da rede no varejo brasileiro e fortalece sua presença no interior de São Paulo", informou o comunicado.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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