Varejo na mira de franquias do exterior

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O desempenho positivo reportado pelo varejo brasileiro neste momento de crise tem atraído um número maior de companhias estrangeiras interessadas em iniciar operações no País. Ao que parece, o segmento de franquias está movimentado neste sentido, visto que apenas neste primeiro quadrimestre dez franqueadoras norte-americanas prospectaram o mercado, número que representa o total de empresas que sinalizaram interesse no ano passado inteiro.

 

Quem endossa esta lista é a Cold Stone Creamery, maior rede de sorvetes e doces gelados do mundo, cujo vice-presidente de Desenvolvimento Internacional, Sean Bock, esta no País à procura de parceiros para iniciar suas atividades aqui em 2010. O executivo diz que existe potencial para a abertura de 100 lojas, sendo 20 delas em São Paulo, mas sem tempo determinado para isso.

 

Esta é a segunda vez que Bock vem ao Brasil, e nestas visitas ele aproveitou para conhecer diversas lojas de rua e degustar os produtos disponíveis, além de constatar que existe espaço para sua marca. "O conceito da Cold Stone é diferenciado, com forte apelo para a customização. Outro fator é que o consumo de sorvete ainda é baixo, e a classe média está em crescimento", analisa.

 

Nesta semana, ele participou de 14 reuniões com empresários interessados em conhecer o plano de negócios da rede. Entre as que o conheceram, Brazil Fast Food Corporation (BFFC), máster franqueadora das marcas Bob's, KFC, Pizza Hut e a recém-chegada Doggis, além do investidor Peter Rodenbeck, dono da Cafés Sereia do Brasil, que gerencia Starbucks Coffee Brasil e trouxe o Outback ao País. Somam-se a este time também fundos de investimento que atuam com alimentação.

 

Apesar de não revelar o estágio das negociações, o DCI apurou que em breve uma comitiva de brasileiros deverá embarcar rumo aos Estados Unidos para conhecer a empresa. A Cold Stone registrou faturamento acima de US$ 500 milhões em 2008 e possui 1,5 mil lojas em 11 países, sendo 1,4 mil delas em seu local de origem. A marca pertence à holding Kahala Corp, detentora de outras 12 marcas e de faturamento anual de US$ 1 bilhão.

 

Refúgio

 

Nos EUA, a rede de sorveterias passa por momento de apreensão, visto que seus resultados no primeiro trimestre deste ano foram semelhantes aos obtidos em igual período do ano passado. "Neste momento estamos com o processo de expansão freado e focamos no lançamento de produtos com valores mais acessíveis", relata Bock. A internacionalização da marca começou há cinco anos.

 

De acordo com Paulo Rodrigues, membro do Departamento Comercial da Embaixada dos Estados Unidos, que auxilia empresas daquele país a prospectar negócios em solo brasileiro, serão feitas algumas adaptações para "tropicalizar" o formato da rede. "Calculamos que o investimento inicial para consolidá-la aqui seja de US$ 5 milhões, sendo que as primeiras lojas a abrir serão praticamente importadas", diz. Além de São Paulo, os outros alvos são o Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e as capitais sulistas.

 

Mercado

 

Das dez empresas norte-americanas que buscam oportunidades de negócios no setor de franquias, oito participarão da feira ABF Franchising Expo, sendo cinco delas ligadas à alimentação, como a The Melting Pot (especializada em fondue) e o restaurante Round Table Pizza. Segundo Ricardo Bomeny, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), "o Brasil é a bola da vez no setor de franquias, que, mesmo com a crise, continua pujante e se mantém como o quinto maior mercado". Números da entidade indicam que existem 1.380 marcas de franquias em atividade, apenas cem das quais são de origem estrangeira.

 

A respeito das negociações com a Cold Stone, Bomeny, que também preside a máster franqueadora BFFC, confirma que a companhia está conversando com o empresário norte-americano. "Realmente nos procuraram, mas não há nada de concreto. Este é um conceito ainda inexplorado por aqui, e, se o conceito foi bom, existe possibilidade de retorno sobre o investimento", avalia o executivo.

 

Recentemente, a BFFC formou uma joint venture com a chilena Grupo de Empresas Doggis S.A., para trazer ao Brasil a marca de restaurantes especializada em hot-dog com investimento de R$ 1 milhão para inaugurar duas unidades no Rio até julho. No processo contrário, serão abertas duas lojas do Bob's em Santiago.

 

Sobre outra marca do grupo, a KFC - que já encerrou atividades duas vezes -, o presidente garante que o retorno está dentro do esperado. Com nove lojas no Rio, a rede estreará em São Paulo este ano, no Shopping União de Osasco. Outras três unidades serão abertas com aporte total de R$ 5 milhões.

 

Veículo: DCI


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