A Nestlé fará uma aquisição até o final deste mês em um segmento no qual ainda não atua. A afirmação é do presidente da companhia no Brasil, Ivan Zurita. Apesar dos poucos detalhes dados pelo executivo, a aquisição pode ser a confirmação de que a empresa do ramo alimentício manterá seus investimentos no País, previstos para alcançarem R$ 350 milhões em 2009. "Não se pode reduzir investimentos em épocas de turbulência. As aquisições não fazem parte desse montante previsto, mas uma das formas de crescer é apostar em segmentos novos", afirmou Zurita.
Ao citar o crescimento da empresa, o executivo disse que tem planos de duplicar seu tamanho até 2012. Para Zurita, os riscos do atual cenário são incentivos para investimentos. "Estamos encarando uma nova realidade, temos que atuar de maneira diferente. Temos que ter velocidade e capacidade de enfrentar e gerenciar os riscos inerentes a qualquer negócio. Sem riscos, não há oportunidades", disse.
Nos últimos oito anos, a Nestlé dobrou o seu faturamento no Brasil e atualmente é a segunda unidade em receita em todo o mundo. Nesse período, disse Zurita, a empresa - de maneira inédita - atuou fortemente nas classes C, D e E, o que acabou provocando uma melhor distribuição do consumo. Ou seja, se antes 80% das vendas da companhia estavam concentradas em São Paulo e no Sul do País, hoje essa participação caiu para 67%. "Na região Nordeste, nossas vendas crescem o dobro da média brasileira", afirmou o presidente da Nestlé, acrescentando que a empresa hoje já ultrapassou o faturamento de R$ 1 bilhão proveniente das classes de baixa renda.
A Nestlé também vem crescendo significativamente no setor premium, diz Zurita. O potencial desse segmento, disse o executivo, permite estimar um faturamento de R$ 500 milhões em cinco anos. E a Nespresso, segundo ele, é prova disso, pois tem crescido a uma velocidade "espantosa". Novas lojas estão sendo abertas em São Paulo - no shopping Iguatemi e na rua Oscar Freire, entre outras.
Durante o seminário promovido pelo LIDE, Zurita defendeu a abertura de mercado e acordos bilaterais como forma de fomentar as empresas brasileiras. "Se abrirmos nossas fronteiras, ninguém pode concorrer conosco. Em todas as áreas, somos altamente competitivos", disse o presidente da Nestlé. "O Brasil está condenado a ter sucesso. Falta apenas abrir o mercado", avaliou Zurita, destacando os recursos naturais disponíveis do País e a imensa possibilidade de novos negócios a serem explorados.
A Nestlé fará uma aquisição até o final deste mês em um segmento no qual não atua. A afirmação é do presidente no Brasil, Ivan Zurita.
Veículo: DCI