Camil investe em industrializados para ampliar margens

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Maior empresa de beneficiamento e distribuição de arroz e feijão do país, a Camil decidiu apostar no segmento de alimentos industrializados em busca de margens mais robustas. O primeiro produto da nova linha é o feijão pronto em embalagens Tetrapack de 380 gramas que já está à venda na cidade de São Paulo. Nos próximos meses, ele será lançado em outras praças do país.

 

O lançamento, que levou à alteração do estatuto social para incluir o processamento de alimentos entre as operações da companhia, é resultado de um investimento de R$ 20 milhões em uma unidade industrial na capital paulista. Jacques Quartiero, diretor de marketing da empresa, não revelou os volumes produzidos nem a capacidade instalada da planta, mas afirmou que o feijão pronto está sendo "aprovado" pelos consumidores. A Camil planeja investir R$ 30 milhões neste ano.

 

"O produto é uma extensão natural da nossa linha", disse o diretor. O feijão é um item de consumo disseminado no Brasil, mas o preparo não é tão fácil, especialmente para os jovens, argumenta. O lançamento foi precedido por dois anos de pesquisa. Outros alimentos prontos em embalagens de dimensões variadas poderão ser colocados no mercado se a primeira investida no segmento for bem-sucedida, informou Quartiero.

 

A Camil tem oito unidades industriais no Brasil, distribuídas entre o Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Pernambuco. Mantém outras oito no Uruguai, depois de ter adquirido em novembro de 2007 a Molinos Arroceros Nacionales (Saman), maior beneficiadora de arroz do Uruguai, que exporta o equivalente a 95% do faturamento, além de uma termelétrica que funciona desde 2000 a partir da queima de casca de arroz em Itaqui (RS).

 

Para o ano fiscal de março de 2009 a fevereiro de 2010, a empresa de 1,8 mil funcionários projeta uma receita bruta consolidada de R$ 1,5 bilhão, sendo 35% com exportações. Nos 12 meses anteriores, o faturamento havia sido de R$ 1,67 bilhão, com 38% de participação das vendas externas.

 

Segundo Quartiero, a queda prevista de 10% nas receitas deve-se à retração dos preços dos produtos agrícolas - as vendas físicas estimadas pela companhia superam em 10% os volumes de 2008/09. No período, foram comercializadas 1,4 milhão de toneladas de arroz e 60 mil toneladas de feijão. Naquele ano fiscal a empresa apurou receita líquida consolidada de R$ 1,5 bilhão, margem bruta de 22,9% e lucro líquido de R$ 58,1 milhões.

 

Acostumada a crescer por meio de aquisições - a mais recente foi a beneficiadora de arroz Pampasul, de Rio Grande (RS) - a Camil segue "estudando" novas oportunidades, levando em conta a desvalorização de potenciais ativos em função da crise econômica, segundo o diretor de marketing.
 


Veículo: Valor Econômico


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