Farmácia tem crédito e prazo menores

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As médias e pequenas farmácias, envolvidas em um setor que movimentou no ano passado cerca de R$ 40 bilhões com a venda de medicamentos, enfrentam este ano, em meio à crise econômica, cada vez mais dificuldade para ter lucros e se manter no mercado. Assim, têm de se adaptar a prazos de pagamento e crédito menores, repassados pelas distribuidoras e indústrias de medicamentos, que se tornaram mais precavidas por recear inadimplência. Fontes do setor dizem que antes eram dados prazos mais longos, de até 90 dias, por exemplo. Hoje, não passariam de 20 dias.

 

Além disso, a informalidade e a sonegação também diminuem e apertam o cinto do pequeno varejo farmacêutico. Cresce ainda a busca por eficiência e uma melhor gestão do negócio para sobreviver diante da concorrência com grandes redes e supermercados. Apesar de não chegarem a representar 30% desse varejo, que possui cerca de 60 mil farmácias e é pulverizado, as grandes redes de drogarias continuam acelerada expansão e o segmento de supermercados viu um filão no setor e promete continuar a investir.

 

De acordo com Paulo Heitor Lopes Bruno, diretor comercial da PH Farma, organizadora de um dos maiores eventos da área, a "Econofarma", que ocorre hoje e amanhã em São Paulo, é grande a busca dos pequenos por alternativas, como a procura de mercados menos concorridos e mais informações para aprimoramento da gestão, sabendo comprar e manter seus estoques adequadamente.

 

Apostam ainda em um bom atendimento e mais serviços que fidelizem seus clientes, como delivery, para que possam competir com as unidades de redes maiores. Ele destaca também que, com a nota fiscal eletrônica, as farmácias precisaram se adequar e estão investindo mais em tecnologia. Para o diretor comercial, a grande procura tanto de farmacistas quanto de indústrias pela feira comprova essa necessidade. "O aumento de visitantes e estandes nos surpreendeu, e a indústria também quer ter um contato mais direto com o ponto de venda ", diz. São esperados mais de 5 mil visitantes na Econofarma, número 25% maior do que o da última edição. Os negócio fechados devem movimentar cerca de R$ 15 a 20 milhões.

 

O presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma), Pedro Zidói, afirma que, apesar de o mercado como um todo continuar a apresentar crescimento, de cerca de 3,5% por mês, as pequenas farmácias têm dificuldade de lucrar, "estão apenas sobrevivendo, isso quando não estão inadimplentes". A indústria também já teria diminuído os prazos há alguns meses.

 

Algumas drogarias independentes, porém, têm a vantagem de estar em mercados e cidades pequenas, em que as grandes redes não conseguem chegar. Também costumam pagar aluguéis mais baratos ou ter local próprio, além de contarem com mão de obra familiar.

 

Ouvido pelo DCI, Edson Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), também lembra que grandes cidades, como São Paulo, dominadas por grandes redes, tem uma realidade diferente da de cidades do interior.

 

Serviços

 

A rede Drogão, com 67 unidades em São Paulo, número considerado grande, mas ainda menor do que o de gigantes como a Pague Menos, líder do mercado, com mais de 300 lojas, também aposta em melhores serviços e reforçou o seu sistema de delivery, além de ter implementado o e-commerce no ano passado.

 

Segundo o diretor de Marketing da rede, Nelson de Paula, a rede se previne fazendo planos com antecedência, e acredita que no mercado em geral "tem aumentado a busca por eficiência e diminuição de custos de estoque, por exemplo". Este ano a rede já abriu 2 unidades e deve abrir mais 5 lojas até o final de 2009, mais do que em 2008, quando abriu 3 lojas, priorizando a abertura em shopping centers, o que pode ser também uma maneira de se diferenciar no mercado.

 

Para ele, o setor já vem trabalhando com prazos menores e está se adaptando, sendo, de certa forma, natural que ninguém ofereça grandes prazos no período. Em relação à concorrência, acredita que ela pode ser benéfica ao fazer com que os consumidores comparem mais os estabelecimentos e valorizem serviços e preços que nem sempre os supermercados conseguem oferecer, por exemplo.

 

De olho na intenção das farmácias de ampliar opções aos clientes, a e-Pharma, de assistência farmacêutica, lança um serviço de assistência nutricional e orientação médica que poderá ser vendido por seguradoras e farmácias, por exemplo. De acordo com o presidente da empresa, Luiz Monteiro, serviços como esse e investimento em softwares de monitoramento agregam valor aos produtos e geram em média um tíquete até 3 vezes maior.

 

Veículo: DCI


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