O quilo do feijão carioquinha deve custar até R$ 3 em julho, segundo o vice-presidente de comunicação da APAS (Associação Paulista de Supermercados), Martinho Paiva Moreira. Os supermercados já repassaram para o consumidor o aumento de 30% do preço do atacado.
Isso porque, até maio, o produto estava sendo vendido por R$ 1,99 e, agora, o preço médio em São Paulo é de R$ 2,79. A partir de agosto, o preço deve cair para R$ 2,39, para a Apas.
Mesmo com a alta, o preço de um dos alimentos obrigatórios no prato dos brasileiros ainda está abaixo do registrado em julho do ano passado, quando as prateleiras dos supermercados paulistas vendiam o quilo do produto por R$ 7.
Segundo o presidente do conselho de administração do Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes Secos), Marcelo Lüders, o feijão está na terceira safra, de inverno, que tem custos mais caros de produção e de transporte. A oferta também está menor.
"Com o aumento de preços no atacado (o valor pago ao produtor), as prateleiras também terão remarcações", diz. O especialista diz que só as marcas menos tradicionais não terão alta de preços --mas a estratégia, nesse caso, deve ser a queda na qualidade do produto vendido ao consumidor.
Para o pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) José Sidnei Gonçalves, o preço médio no campo em maio está 42% menor que no mesmo mês do ano passado. "Por isso, não é aumento de preços, mas reposição. Estávamos em um patamar quase insustentável para os agricultores", diz.
Para a analista da Unifeijão, Sandra Hetzel, a oferta está pequena porque, com preços baixos desde janeiro, menos agricultores optaram pelo plantio do feijão. "Mas é bom lembrar que 2008 foi um ano atípico, com preços muito altos."
Veículo: Jornal Agora - SP