Mesmo após o primeiro óbito devido à gripe A (também chamada de gripe suína) as primeiras doses da vacina contra a doença só deverão chegar ao mercado brasileiro em outubro. Porém as empresas farmacêuticas procuram aumentar a produção de medicamentos que ajudam no combate à doença enquanto a vacina não chega ao mercado mundial. Um exemplo é a Roche que está se preparando para aumentar a fabricação do Tamiflu, utilizado para combater a gripe aviária e que também pode ser utilizado contra o H1N1, causador da nova variação de gripe.
De acordo com a Roche, serão produzidos mais de 110 milhões de kits de tratamentos. A previsão do laboratório é de que consiga entregar cerca de 36 milhões de kits por mês até o final do ano. No Brasil, a Farmanguinhos, divisão de produção de fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ainda não tem previsão de aumento de produção do genérico do Tamiflu, o Oseltamivir. Segundo a assessoria de imprensa da fundação, há capacidade para aumentar a produção do antiviral que tem "eficácia comprovada contra o vírus da gripe A, o H1N1, mas para começar a produzi-lo depende de um pedido formal do Ministério da Saúde", ação ainda não tomada pelo governo. Quanto à vacina a fundação não vê nenhuma ação nesse sentido nos próximos seis a oito meses na unidade de vacinas a Biomanguinhos.
O Instituto Butantan, responsável pelos estudos de vacina contra a gripe no Brasil, informou que outubro é a expectativa mais otimista, e poderá ocorrer apenas se a Cepa - vírus atenuado que é utilizado como matéria-prima do medicamento - chegar à fábrica de vacinas ainda em julho.
Segundo o instituto a decisão de fabricar a vacina não sofreu alterações de cronograma em função da morte relacionada à gripe porque já aguarda a chegada para iniciar a produção.
Dentre as empresas que pesquisam a vacina para combate ao vírus, está a Novartis na Suíça, que deverá finalizar os estudos para o medicamento na mesma época em que o Butantan. Segundo a empresa, que concentrou as atividades de pesquisa na Alemanha, já há 30 países que fizeram pedidos pelos ingredientes utilizados para a fabricação do novo medicamento, somente os Estados Unidos foram responsáveis por um pedido de US$ 289 milhões.
Resistência
Um dos temores das indústrias farmacêuticas foi confirmado na Dinamarca. Um paciente com o H1N1 apresentou resistência ao Tamiflu.
A vacina contra o vírus da influenza A (a gripe suína) só será fabricada no País, na mais otimista das expectativas, em outubro, e mesmo assim só se a matéria-prima do medicamento, a Cepa, chegar ao Instituto Butantan em julho.
Enquanto a vacina não chega, uma das formas de combater o vírus é por meio do antiviral Tamiflu, fabricado pelo laboratório Roche, ou pelo seu genérico, o Oseltamivir, da Farmanguinhos, laboratório de produção de fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dois fabricantes vivem situações opostas: a Roche está fabricando 110 milhões de doses adicionais para colocar no mercado, enquanto a Farmanguinhos ainda espera por pedido do Ministério da Saúde para aumentar a produção, pois há capacidade para fornecer mais unidades.
Veículo: DCI