Coamo tem economia de 30% com transporte de cargas pela Ferroeste

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Depois que começou a utilizar a linha da Ferroeste para transportar soja da região de Cascavel para Guarapuava, onde tem uma fábrica de óleo, a Coamo – maior cooperativa da América Latina e segunda maior exportadora do Paraná – teve uma redução superior a 30% no valor do frete quando comparado com o transporte por caminhão. “Este é um caso concreto”, observa o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “de como a ferrovia pública é mais barata do que o transporte convencional por rodovia”.

 

O frete mais barato pago pela Coamo somente é possível porque neste caso a Ferroeste domina todos os processos logísticos da operação, desde a sua origem, em Cascavel, até o destino, em Guarapuava, utilizando vagões, locomotivas e linhas próprios.

 

“É um projeto-piloto que está funcionando bem”, disse o presidente da Coamo, Aroldo Gallassini, e que está apresentando um bom desempenho operacional. “À medida que for se viabilizando economicamente” – acrescentou – “barateando o frete, a operação poderá atingir um volume maior”. Gallassini lembrou a construção de um ramal da Ferroeste de Guarapuava a Paranaguá, poderá “viabilizar todo o volume de cargas do Oeste”, com a redução de custos.

 

Para Samuel Gomes, o exemplo de economia da Coamo nos custos do frete, superior a 30%, como conseqüência do transporte da soja sobre trilhos, é indicador seguro das vantagens que a construção do ramal ferroviário da Ferroeste, ligando Guarapuava ao Porto de Paranaguá, trará aos produtores, cerealistas, importadores e exportadores do interior do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e, inclusive, Paraguai. Também neste caso, a empresa dominará toda operação logística, de Cascavel até o porto, o que lhe permitirá ofertar um custo de transporte mais barato.

 

“Quando o ramal da Ferroeste se estender de Guarapuava ao Porto de Paranaguá – argumenta Gomes – haverá maior ganho de escala em contratos de longo prazo com o escoamento da produção”. Segundo o presidente da Ferroeste, o frete mais barato com o novo ramal decorrerá também da redução da distância entre Cascavel e o Porto de Paranaguá em 125 km e da diminuição do ciclo dos trens de 10 para 2 dias.

 

Segundo Gomes, a gestão pública da ferrovia garante menores custos de transporte no setor ferroviário. Além disso, Ferroeste pode implementar políticas voltadas para o desenvolvimento econômico-social, transferindo ganhos de produtividade para os usuários, diferentemente do que acontece com empresas privadas que visam, em primeiro lugar, o lucro de seus acionistas. “Todas essas vantagens poderão trazer uma economia de até 40% para os produtores e cooperativas agrícolas do Oeste e Sudoeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Oeste de Santa Catarina, e Paraguai que transportarem pela Ferroeste”, enfatiza Gomes.

 

O volume de soja da Coamo transportado até agora pela Ferroeste, experimentalmente, é de 15 mil toneladas úteis por mês, mas a previsão da empresa, para junho, já é de movimentar 20 mil toneladas contratadas pela cooperativa paranaense. A área de Produção da ferrovia, por outro lado, trabalha com a perspectiva de que o volume de cargas triplique no transcorrer dos próximos meses. O volume de soja da região Oeste, destinado à fábrica de óleo em Guarapuava, é estimado em 170 mil toneladas. A Ferroeste está pronta a transportar até 100 mil toneladas dessa produção, a partir do ano que vem.

 

FÁBRICA DE ÓLEO DE SOJA

 

A soja transportada nos vagões da Ferroeste pela Coamo vem de dez unidades da cooperativa distribuídas nas localidades de Toledo, Tupãssi, Bragantina, São Pedro do Iguaçu, Ouro Verde do Oeste, Brasiliana, Brasilândia, Vila Nova, Dez de Maio e Dois Irmãos, todas no Oeste do Estado. O destino da carga, em Guarapuava, é uma indústria de óleo de soja da Coamo, que arrendou a fábrica da Cooperativa Agrária Agroindustrial, de Guarapuava. A unidade fica a um quilômetro do terminal da Ferroeste.

 

A carga de soja da Coamo que vem da região Oeste é descarregada no terminal da Cooperativa Agrária, que fica no Terminal da Ferroeste, e depois é levada de caminhão até a fábrica. A operação ferroviária teve início no dia 10 de maio, com um contrato de transporte de cargas entre a Ferroeste e a Coamo.

 

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o óleo de soja Coamo é o 4º mais vendido do Brasil. Na região Sul, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o óleo de soja da cooperativa paranaense aparece em 2º lugar na preferência dos consumidores.

 

Veículo: Agência Estadual de Notícias - PR


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