Com 14,6 mil estabelecimentos, sendo 2 mil em Belo Horizonte, a panificação em Minas Gerais também começa a reagir à concorrência praticada por supermercados e caminha no sentido da profissionalização. Na próxima convenção coletiva dos trabalhadores do setor, em outubro, o sindicato patronal pretende propor a criação de uma nova categoria profissional, a de promotor de vendas.
"A idéia é fazer com que o atendente, requalificado, possa induzir o cliente a comprar outros produtos e não fique passivamente atrás do balcão", disse o presidente do sindicato, Luiz Carlos Carneiro. Atualmente, o piso salarial de um atendente em Minas é de R$ 479. O novo profissional deve receber 20% a mais, ou cerca de R$ 550.
Diferentemente do que ocorre em São Paulo, não há em Minas o hábito de se fazer refeições como o café-da-manhã em padarias. "Pão na chapa" é um produto desconhecido e o café expresso é mais usualmente encontrado em cafeterias sofisticadas. Mas a necessidade de fidelizar a clientela começa a mudar este perfil. "Está nascendo uma tendência de se servir refeições rápidas, sobretudo pizzas", disse o presidente da Associação Mineira de Panificação (Amipão), Antonio de Pádua Moreira.
O caminho da sofisticação ganhou terreno há três anos, quando os empresários do setor trouxeram da França o padeiro Nicholas Zabukovec. Em três anos, na Escola do Senai no bairro da Lagoinha, 3 mil funcionários de padarias aprenderam a elaboração de baguettes, ciabattas e outros pães que fogem do usual. No ano passado, chegou a Minas para o mesmo tipo de atividade o confeiteiro belga Lionel Verstraelen. Ele vai ministrar esta semana um curso para empresários na MinasPão, feira regional do setor que começa hoje.
Veículo: Valor Econômico