Nutrição: Grupo holandês vai adotar selo em embalagens para indicar qualidade de produtos
A Seven Boys está tirando do forno neste mês um novo pão de forma com colágeno e vitaminas antioxidantes A, C e E. Inspirado no conceito de "beleza de dentro para fora", o alimento garante resistência e brilho às unhas e cabelo, além das vitaminas para combater os radicais livres que destroem células, assegura a receita da empresa.
Numa outra ponta, a usina Monte Alegre, com sede na Paraíba, está vendendo desde o início do ano ao consumidor do Nordeste uma versão ensacada do seu açúcar adicionado com vitamina A, que ajuda a combater a anemia e outras deficiências nutricionais, desde que não seja consumido em excesso.
Por trás destes alimentos enriquecidos com vitaminas e minerais, a DSM, uma fabricante holandesa de produtos nutricionais, está querendo se tornar mais conhecida do grande público, buscando ampliar sua participação nos lados extremos da pirâmide de consumidores da América Latina.
"Vamos adotar um selo para estampar as embalagens dos produtos dos nossos clientes no Brasil de forma a indicar a qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade dos ingredientes", afirma Eduardo Estrada, presidente da DSM na América Latina. "Poucas pessoas conhecem a DSM, mas estamos presente em diversos produtos", diz Estrada, indicando como clientes não só multinacionais como Nestlé, Kraft e Unilever, mas também grupos nacionais como Sadia/Perdigão e Ambev.
Ao mesmo tempo em que elabora substância para os modernos alimentos funcionais, a DSM planeja levar adiante iniciativas para atacar a "fome oculta", a carência de nutrientes que geram doenças futuras. No Brasil, o flúor na água, o iodo no sal e o ácido fólico e ferro na farinha de trigo são os únicos exemplos de alimentos enriquecidos, conforme a legislação. A intenção da empresa é ampliar o leque para outros alimentos. É o caso de um tipo de arroz enriquecido. A empresa apresenta a ideia aos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Guatemalteco de 46 anos, Estrada deixou a diretoria de marketing da fabricante agroquímica Syngenta para assumir em maio o recém-criado cargo de comandante da DSM na região latino-americana, com base no Brasil, numa reformulação mundial do grupo que montou estrutura similar para os mercados emergentes, como Índia e China.
A região responde por cerca de US$ 500 milhões em faturamento - um quinto é oriundo dos negócios com elastômeros (borracha sintética), produzidos na fábrica situada no polo petroquímico de Triunfo (RS). A empresa mantém duas linhas de produção para mistura de ingredientes na capital paulista.
"A chegada dele tem o objetivo de capturar as possibilidade de crescimento na América Latina", afirmou, por telefone, o presidente mundial da área de nutrição humana e de saúde da DSM, o brasileiro Maurício Adade, baseado na Suíça, sede da empresa. Segundo o executivo, a empresa vai identificar os novos projetos nos próximos seis meses
A DSM, que adquiriu a divisão de vitaminas da farmacêutica suíça Roche no início da década, enfrenta uma crescente concorrência de rivais chineses em alguns segmentos, principalmente para os produtos mais maduros, como a vitamina C, onde só possui um quarto do mercado mundial. Na maioria das outras vitaminas, a empresa lidera o mercado. "As empresas estão buscando a segurança e a eficiência dos seus produtos. Utilizar um quilo de vitamina A com problemas pode contaminar 33 mil ovos de galinha enriquecidos", exemplifica.
Veículo: Valor Econômico