A julgar pelo balanço preliminar da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o "efeito batom" continua forte no Brasil. De janeiro a junho, as vendas da indústria de beleza no país cresceram 18% nos primeiros cálculos da entidade, de acordo com seu presidente, João Carlos Basílio. "Esse é um setor que não depende de crédito e sim de renda", diz o executivo, sobre o mercado de produtos de beleza e higiene pessoal.
Diante dos bons resultados do semestre, a associação reviu a previsão de crescimento para 2009, que era de 5% - menos da metade da taxa de 2008. No ano passado, a indústria de cosméticos e cuidados pessoais teve alta de 10,6% no faturamento, totalizando R$ 21,7 bilhões. "Agora acreditamos que o crescimento anual fique em 11%", afirma Basílio. Isso somaria vendas da ordem de R$ 24 bilhões.
Além da disponibilidade de renda, especialistas do setor creditam o bom desempenho ao chamado "efeito batom", ou seja, a inclinação dos consumidores para gastar mais com itens de cuidado pessoal em tempos de economia mais austera. Forçados a abortar o plano de comprar produtos de maior valor agregado, as pessoas buscariam indulgência e compensação nos cosméticos.
"Mas o que mais chamou atenção foi a coragem das empresas do setor de continuar investindo mesmo diante da crise", afirma Basílio. Segundo ele, os lançamentos continuaram, a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos foi mantida e houve forte aposta em marketing. "Basta abrir uma revista ou observar o horário nobre das principais emissoras para ver que as marcas do setor estão entre os grandes anunciantes", afirma. O Brasil é hoje o terceiro maior mercado mundial de beleza do mundo, atrás do Japão e EUA. (LC)
Veículo: Valor Econômico