Franquia de padaria mira custo menor

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O setor de padarias, composto por mais de 64 mil estabelecimentos e que movimentou no ano passado, no Brasil, cerca de R$ 44 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), passa agora por uma tendência: a da busca de novos formatos, com espaço menor para reduzir custos e em locais de maior fluxo, como quiosques em shopping centers. Pelo menos é o que ocorre entre as redes de franquia do segmento, que estão passando agora por uma reestruturação para competir nesse mercado, cada mais vez mais concorrido, já que até mesmo os supermercados perceberam esse filão e continuam ampliando presença nesse braço de negócio, de padarias e confeitarias, por exemplo.

 

Formada por mais de 60 unidades, a rede que atua no franchising de alimentos Uno&Due é uma das que têm feito planos para mudar e ampliar o negócio, tanto que está passando por uma grande reestruturação. O fechamento de sua fábrica própria, para reduzir custos, e a adoção da terceirização desse serviço é uma comprovação disso. Além de afirmar que está ocorrendo uma procura maior por parte de franqueados para a abertura de unidades em shoppings.

 

Outra é a Pão&Cia, com 30 unidades, e que está concentrando esforços na reformulação e modernização de lojas e começa a abrir também quiosques em shoppings do Rio de Janeiro. Com um segmento muito pulverizado, com pequenas redes e muitas padarias independentes, as redes de franquias de padarias também atraem mais e têm mais força para competir.

 

De acordo com Márcia Cuder, gerente de Expansão da rede Uno&Due, a empresa está passando por uma grande reestruturação, e, depois de análises de consultores, concluiu que a melhor opção para o negócio seria fechar a fábrica e trabalhar com fornecedores terceirizados, o que possibilitou uma redução de custo para investimentos em outras áreas. Só para os franqueados os preços ficaram em torno de 15% mais baratos. "Foi uma opção de negócio e, para crescermos, não perdemos qualidade, pelo contrário: os produtos estão melhores e mais padronizados, nossa fábrica era muito artesanal. Assim poderemos atender melhor as nossas franquias", explica.

 

Agora, a rede afirma que terá melhores condições de expandir por todo o País, sendo que este ano já abriram 7 unidades em cidades como Fortaleza, Goiânia, Manaus e Salvador. O foco é impulsionar aberturas principalmente na Região Nordeste, onde fecharam uma parceria com o grupo francês Eurobiz, que será sócio e máster franqueador da rede na região. "Eles nos fizeram o convite e estão começando a conhecer melhor o negócio para serem os desenvolvedores das nossas lojas no local, onde nosso formato é bem aceito", diz Cuder. A partir disso, também estão buscando parceiros para fazer o mesmo na Região Centro-Oeste e Sul. A rede também tem tido mais interessados em abrir unidades em shoppings: hoje, 30% das suas lojas estão em centros de compras e o restante, em lojas de rua.

 

Para competir nesse mercado de malls, ainda tem investido no mix de produtos, com mais opções de lanches, que representam de 50% a 60% das vendas. "Somos uma rede de padarias diferente, e estamos adaptando o mix e o formato para atender melhor os shoppings", diz.

 

A rede também espera ter um bom segundo semestre, apesar de ter registrado uma pequena queda de consumo no começo do ano, e deve fechar 2009 estável frente ao ano passado. Seu faturamento médio é de R$ 54,5 milhões ao ano, tendo cada unidade da rede um faturamento mensal de entre R$ 65 e 75 mil.

 

Concorrência

 

A rede de franquias mineira Pão&Cia, com 30 unidades, começou com uma unidade em Belo Horizonte e também optou pelo formato de franquias, dado o aumento de interessados em abrir suas unidades. Atualmente, tem lojas no Rio de Janeiro, Brasília e até em Manaus e João Pessoa, por exemplo, com a intenção de entrar no mercado de São Paulo também. A rede optou por se modernizar e concentrar investimentos na ampliação de lojas já existentes, além de estar com um novo formato, o de quiosques: um já foi aberto em um shopping no Rio de Janeiro, e um outro ainda deverá ser inaugurado, gerando grande interesse.

 

"Temos bastantes lojas no Rio, onde esse formato está dando muito certo e pode crescer, já que o investimento é pequeno e o retorno, mais rápido", diz Heitor Valadão, sócio-gerente da rede e filho do fundador da empresa.

 

Ele ainda afirma que algumas unidades já passaram por reformas e que o formato foi sendo alterado com mais foco na padaria e cafeteria, e menos na confeitaria. "Passamos a nos preocupar mais com o padrão visual das lojas e também aumentamos o mix de produtos de padaria constantemente. As cidades grandes têm ótimas padarias, e temos de ter diferenciais", diz.

 

A rede abriu quatro unidades este ano e deve fechar 2009 com um crescimento de 10% em expansão frente a 2008. Sem revelar números, Valadão diz que o faturamento tem se mantido estável.

 

Veículo: DCI


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