Calçados: Vulcabras deslancha o maior investimento na marca de tênis para enfrentar Nike, Adidas, Asics e Mizuno
Líder no mercado nacional de tênis, que movimenta cerca de 100 milhões de pares ao ano, a Olympikus quer agora abocanhar uma fatia do segmento de tênis de corrida de alta performance. Essa é uma das modalidades esportivas que mais crescem no país e reúne concorrentes internacionais do porte de Asics, Nike, Adidas e Mizuno.
Para entrar neste neste nicho, a Vulcabras/azaleia - dona da marca Olympikus - investiu R$ 10 milhões no desenvolvimento de um novo tênis e está gastando mais R$ 15 milhões em campanhas de marketing.
"É o nosso maior investimento no desenvolvimento de um único produto. Levamos três anos para desenvolver a tecnologia Tube Tech, que será replicada em outros modelos de tênis", diz Pedro Bartelle, diretor de marketing da Vulcabras/azaleia e filho do fundador da Vulcabras, Pedro Grendene Bartelle. Desde 2007, quando ocorreu a fusão entre Vulcabras e Azaleia, a empresa vem focando sua atenção na área de tecnologia de produtos, que emprega 464 profissionais. Há ainda mais 150 dedicados à criação de novos calçados.
A expectativa da companhia é vender nos próximos 12 meses cerca de 1 milhão de pares do novo modelo, batizado de Olympikus Tube Tech. Para atingir esse volume, a Vulcabras/azaleia fixou o preço em R$ 249. "Para um tênis com alta tecnologia esse é um valor muito competitivo. Chega a ser metade de alguns concorrentes", disse Bartelle. A média de preços da marca Olympikus é de R$ 130.
Como a maioria das fabricantes de tênis esportivos, a Vulcabras/azaleia não revela o volume total de tênis vendidos, mas conta que detém a liderança do mercado com uma fatia de 12% das vendas totais. A marca Olympikus representa 50% da receita da Vulcabras/azaleia, que somou R$ 2 bilhões no ano passado.
No mercado de calçados, a venda de tênis é uma das que mais crescem. "Há cinco anos, os tênis representavam cerca de 30% das vendas nas lojas. Hoje, em algumas varejistas esse percentual já é de 40%", afirmou Marconi Matias dos Santos, presidente da ABLAC, entidade que reúne os varejistas de calçados.
Não à toa, as redes focadas em artigos esportivos, como a Centauro, crescem a ritmos galopantes. A varejista mineira vende quase 3 milhões de pares de tênis por ano e só em 2008 inaugurou 28 lojas-âncoras nos shoppings.
O desenvolvimento de produtos com alto valor agregado faz parte da estratégia da Olympikus de se tornar uma marca ainda mais conhecida. Para isso, decidiu apostar neste ano em clubes de futebol, após mais de 25 anos sem patrocinar times de futebol. A Olympikus é a nova patrocinadora de material esportivo do Flamengo, cujo contrato soma R$ 21 milhões por ano e tem duração de seis anos. Além disso, está colocando mais R$ 3 milhões durante os próximos três meses para estampar a marca Olympikus Tube na camisa dos jogadores do time carioca, que ainda está em definição do patrocinador.
"O Flamengo tem a maior torcida do país com 35 milhões de torcedores. Cerca de 9 milhões são moradores do Rio e todo o resto está espalhado no Brasil. Portanto, conseguimos divulgar a nossa marca para todo país", contou Bartelle, torcedor do Internacional de Porto Alegre.
Neste ano, a Vulcabras/azaleia está investindo R$ 58 milhões em marketing esportivo, que inclui o patrocínio da Seleção Brasileira de Vôlei, entre outros. Em 2008, essa verba foi de R$ 37 milhões. "Queremos fechar com outros clubes ainda neste ano ou no começo de 2010", disse Bartelle.
Veículo: Valor Econômico