Com o agravamento de sua saúde financeira, a Amazon PC entra para uma lista de companhias que, desde o ano passado, vêm sentindo os efeitos da crise. Em janeiro, o grupo Pão de Açúcar admitiu que avalia a possibilidade de vender a fabricante de PCs Kennex, da qual detém há quatro anos 50% do capital. Entre as alternativas estão a venda da participação ou uma parceria com um novo investidor.
Os analistas do mercado de PCs afirmam que o setor tem passado por uma depuração. A tendência é que companhias com maior diversidade de produtos e perfil de consumidores, além de uma boa musculatura financeira, consigam equilibrar suas operações em momentos mais conturbados.
Atualmente, segundo a consultoria IDC, há mais de 40 fabricantes de PCs em atividade no país na disputa pelo quinhão de um mercado fortemente pulverizado. Na maioria dos países, o líder do setor costuma deter algo entre 30% e 40% das vendas. No Brasil, a Positivo Informática, primeira no ranking, esmera-se para defender a fatia de 12% de participação.
Nos últimos anos, o mercado de PCs passou a colecionar histórias de companhias locais que já chegaram a liderar o setor no país e que, pouco tempo depois, viram suas operações virarem pó. É o caso da Novadata, empresa que em 2007 chegou a ter aprovado seu o pedido de reescalonamento de dívida, montante que à época atingia R$ 110 milhões. A Novadata não voltou a ter uma postura agressiva de mercado, mas em 2004 era ela que rivalizava com a HP a liderança de vendas no Brasil.
Antes da Novadata, foi a vez da Metron Computadores, companhia que se perdeu em dificuldades financeiras em 2002. Depois de pedir concordata, a Metron ainda tentou um processo de recuperação judicial, mas não obteve o aval da maioria dos credores. A empresa, que tinha mais de 20 anos, chegou a figurar no primeiro lugar do ranking da consultoria IDC nas vendas nacionais de computadores ao varejo em 2001. (AB)
Veículo: Valor Econômico