O lucro da Johnson & Johnson caiu menos que o estimado pelos analistas, uma vez que as vendas do antisséptico Listerine e dos produtos para limpeza de pele da linha Neutrogena neutralizaram a receita perdida no setor de medicamentos para seus concorrentes genéricos. O lucro líquido da empresa caiu 3,6 % a US$ 3,21 bilhões, ou US$ 1,15 por ação, no segundo trimestre, comparativamente aos US$ 3,33 bilhões, ou US$ 1,17 por ação, do mesmo período do ano passado, disse a empresa, sediada no Estado norte-americano de Nova Jersey, em comunicado. Os lucros corrigidos de US$ 1,15 por ação superaram em US$ 0,03 por ação a média prevista em sondagem entre 14 analistas.
A Johnson, a maior fabricante de produtos da área de saúde, está reduzindo a folha de pagamento e tentando reverter a queda da receita depois que versões genéricas mais baratas do remédio antienxaqueca Topamax e do estabilizador de humor Risperdal ingressaram no mercado. A Johnson concordou em comprar a Cougar Biotechnology Inc. em maio e uma participação na Elan Corp. em julho, por cerca de US$ 1 bilhão cada, para aumentar sua linha potencial de novos remédios. As despesas com vendas, marketing e administração caíram 13 por cento.
"A empresa fez um excelente trabalho de gerenciamento de seus custos, visando a neutralizar as quedas dos produtos farmacêuticos maduros", disse Joel Levington, diretor de crédito corporativo da Hyperion Brookfield Asset Management Inc. de Nova York, por e-mail. "A solidez do balanço patrimonial vai lhe oferecer oportunidades de continuar fazendo aquisições de primeira linha."
A Johnson & Johnson reafirmou sua projeção de lucros para 2009 de US$ 4,45 a US$ 4,55 por ação, excluindo-se ajustes decorrentes das receitas ou despesas extraordinárias. A receita caiu 7,4 por cento no segundo trimestre, para US$ 15,2 bilhões, puxada pela queda de 13% da divisão farmacêutica, a de maior porte da empresa, disse a Johnson. O segundo trimestre foi o primeiro período completo de resultados no qual a Johnson enfrentou a concorrência dos genéricos ao Topamax e ao Risperdal. Os dois medicamentos registraram uma receita conjunta de US$ 4,86 bilhões no ano passado, comparativamente aos US$ 5,87 bilhões de 2007.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ