A operadora América Latina Logística (ALL), cujo forte é o transporte ferroviário de commodities agrícolas, deu início nesta quinta-feira à operação do Terminal de Contêineres de Alto Taquari (MT), em parceria com a Standard Logística, apostando no segmento industrial para evitar a sazonalidade de receita na época do plantio. Vinte e oito contêineres refrigerados partem de Santos (SP) com este destino, onde serão carregados com carne congelada para exportação da Sadia, que em uma semana será embarcada no Porto.
A estrutura do terminal de contêineres de Alto Taquari possibilita, pela primeira vez, segundo a ALL, a movimentação ferroviária de contêineres do Centro-Oeste em direção ao maior porto do País. A companhia, em comunicado, destacou que nos primeiros três meses, o terminal atingirá um volume total de 600 contêineres por mês, podendo chegar a 3 mil contêineres por mês nos próximos anos. A distância total ferroviária será de 1,1 mil quilômetros, além de 200 quilômetros percorridos em ponta rodoviária.
"Em um ano, o terminal de Alto Taquari será o maior da ALL no segmento de contêineres, que é uma das grandes fronteiras de crescimento para a companhia nos próximos anos. O volume que fazemos hoje é menos de 1% do mercado potencial de exportação de contêineres", disse o diretor de Industrializados da ALL, Sergio Nahuz.
"Estamos lançando um modal concorrencial, capaz de reduzir o custo do frete entre 10 e 20%. Calculamos que chegaremos rapidamente a 2 mil contêineres", afirmou o presidente da Standard Logística, José Luis Demeterco Neto.
Crédito de R$ 692 milhões
A ALL obteve do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira a aprovação de financiamento de R$ 691,6 milhões para a construção de um trecho ferroviário entre as cidades de Alto Araguaia e Rondonópolis, ambas no Mato Grosso. Com prazo de pagamento de 20 anos, a linha de crédito será concedida para a ALL Malha Norte, que será diretamente responsável pela construção, operação, exploração e conservação do trecho ferroviário, cujas obras devem começar no final deste mês.
Há ainda a possibilidade de que recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) sejam utilizados no empreendimento. Segundo a ALL, o Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), que investe em projetos de infraestrutura, já negocia com a empresa um eventual aporte de recursos.
Segundo analistas, a empresa está buscando ampliar a malha ferroviária, mas ainda não é possível identificar quanto esse trecho representará para o negócios da companhia. "O trecho deverá trazer retorno a longo prazo. A empresa deve ter identificado demanda na região ", explicou o analista Luiz Otávio Broad da Ágora Corretora.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ