Alívio no preço dos alimentos

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Produtos como frutas, carnes, arroz e feijão estão custando menos do que no início do ano

 

Comprar produtos considerados básicos para a alimentação, como arroz, feijão e carnes, está mais barato. Segundo o Índice de Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), os preços médios chegaram a apresentar redução de até 25% em junho na comparação com janeiro.

 

Pelo ICV, o preço médio das frutas estava, em junho, 7,7% mais baixo do que no início do ano. As carnes também tiveram queda, de 4,4%. O arroz caiu mais de 10% em seis meses, e o feijão está quase 25% mais barato.

 

A coordenadora da pesquisa, Cornélia Porto, lembra que as maiores variações ocorrem nos preços dos produtos in natura, que são mais influenciados por questões de sazonalidade. “As hortaliças subiram bastante até abril, no período chuvoso. Continuam caras, mas em junho o preço caiu 4,2% com o fim das chuvas”, afirma ela. O preço da alface, por exemplo, ficou 20% mais alto em março, mas teve ligeira queda em abril e recuou 16% em maio e outros 7,8% junho.

 

Segundo o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira, as reduções nos valores de dois dos itens que mais pesam na mesa do brasileiro - arroz e feijão - apenas trazem os preços para os patamares considerados normais, já que ambos estavam acima da média, devido à falta de oferta, ocasionada pela quebra das safras de 2007.

 

A sazonalidade ajuda também a reduzir o quanto é cobrado pelas frutas, e, para fazer bom negócio, o consumidor deve pesquisar e procurar saber quais são as da estação. De modo geral,as frutas estavam 7,7% mais baratas em junho do que no começo do ano, mas as quedas não se aplicam a todas: o abacate, apesar de estar 38% mais em conta do que no começo do ano, já vem de três altas consecutivas.

 

O que cabe no bolso

 

Cornélia, do Dieese, ressalta, no entanto, que o consumidor não pode se guiar pelas reduções para encher o carrinho. A medida certa deve ser o bolso. “Não adianta querer comprar determinado produto porque o preço caiu e se ainda é alto para seu orçamento”, afirma ela. “O consumidor tem que ver mesmo o preço final.”

 

Moreira, da Apas, sugere que o consumidor faça uma lista “racional” de compras, constando apenas o necessário, antes de sair de casa, e que a respeite. “Se sobrar algum dinheiro, aí sim dá para comprar algo não planejado.”

 

Para ele, quem tem o hábito de fazer compras em intervalos menores de tempo - semanalmente, por exemplo - aproveita melhor as variações de preço. “Ele está em contato sempre com os preços e consegue detectar se há algum aumento ou queda expressiva”, afirma.

 

É o que faz o empresário Celso Angimahtz. Ele vai ao supermercado todo sábado, atento às variações de preço. “Faço assim para ter mais controle sobre o orçamento da casa”, conta. Ele tem, ainda, um método para saber se está pagando caro ou não em suas compras: divide o valor total da compra pelo número de itens que está levando e, se o resultado for maior do que R$ 3, há algo mais caro. “Compro sempre mais ou menos as mesmas coisas. Até o fim do ano passado esse valor era R$ 2,50, agora subiu”, relata.

 

Para baratear sua visita semanal ao mercado - 90% das vezes vai ao mesmo - , Angimahtz não é fiel a marcas, e opta, sempre que possível, pela mais barata, ou pelas marcas próprias dos supermercados. “Tem produtos que dá para comprar o mais barato, sem problemas, mas outros, não.”

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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