Da necessidade pode surgir grandes negócios. Esta máxima pode definir a trajetória do empresário Vicente Marinho da Silva, fundador e proprietário do grupo Purezitta, fabricante de vassouras e produtos de limpeza, com sede em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Sem ter onde morar, ele veio do interior para a Capital na década de 60 e começou entregar alimentos para um armazém da cidade. No início, eram três quilômetros de percurso a pé até o trabalho. "Faltava dinheiro para passagem."
Com a experiência adquirida, foram 22 anos na área, decidiu, em 1982, iniciar a fabricação de condimentos (tempero e pimenta). Nascia a Produtos Purezitta Ltda. "Fazíamos tudo, eu e minha esposa, dentro de casa. A entrega era feita com uma Brasília", lembrou Silva.
No início as vendas eram tímidas e, só a partir da década de 90, ganharam fôlego. "Foi quando fechei um grande contrato e como forma de pagamento recebi um pequeno galpão com uma prensa para fazer vassoura. O cliente não tinha como me pagar e acabei aceitando a permuta. Na verdade nem sabia o que fazer com aquele equipamento", disse o empresário.
Naquela década ainda, com a queda nas vendas de alimentos, devido o aumento do rigor da Agência Nacional de Vigilância Satinaria (Anvisa), ele resolveu mudar o foco dos negócios. "Foi quando resolvi utilizar a prensa para fazer vassoura. Percebi que era um ramo muito melhor para se trabalhar e com demanda crescente. Além disso, queria algo que pudesse dar um futuro para meus seis filhos", explicou.
Golpe de mestre - Assim, há 12 anos, nascia a Vassouras Purezitta Ltda, no mesmo local da antiga fábrica de condimentos. A produção, de 50 dúzias de vassouras por mês no primeiro ano de operações, hoje é de 3 mil dúzias mensais. O único funcionário naquela época, o dono, gerencia atualmente 23 empregados. "Tive que arriscar e investir", acrescentou.
O mix da Purezitta abrange 200 itens. "No Norte de Minas, principalmente, somos a grande referência. A indústria daquela região acostumou com nossa qualidade", disse. Segundo ele, a Purezitta atua, além de Minas, no Estado do Tocantins, mas cerca de 90% das vendas acontecem no território mineiro.
De acordo com ele, a empresa continua com índices de crescimento, mesmo em um cenário de crise financeira global. "Não sabemos o que é crise. Vendemos algo de uso básico, prioritário, que sempre tem procura, ainda mais quando tem durabilidade e eficiência", justificou.
Segundo o empresário, por isso, a Purezitta teve expansão no faturamenteo de 10% em 2008 na comparação com 2007 e prevê o mesmo percentual de crescimento para este ano. "Em 2009, devemos dobrar o mix", adiantou sem revelar detalhes.
Veículo: Diário do Comércio - MG