Logística disputa o setor de calçados

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Apesar do baque sofrido pelos fabricantes de calçados com a crise econômica, o setor de logística confia na recuperação da atividade nos próximos meses e prepara uma série de estratégias para incrementar o atendimento do fluxo entre a indústria e os pontos de venda, especialmente no eixo sul-nordeste do País, conforme apurou o DCI.

 

Empresas como o Rapidão Cometa querem dobrar a participação do segmento nos negócios de transporte e logística, enquanto a Braspress crê que este se tornará o setor mais representativo dentro da companhia, nos próximos dois anos. Já o Expresso Araçatuba, recentemente adquirido pela TNT Mercurio, acaba de dobrar a capacidade de um centro de distribuição em Goiânia (GO), para atender esse setor.
"Os calçados têm sinergias com outras cargas, como as de confecções e os cosméticos", comentou Oswaldo Castro Jr., diretor geral do Expresso Araçatuba. Ele acrescentou ainda que o atendimento ao setor calçadista também complementa as operações da holandesa TNT - atual controladora do Expresso.

 

O segmento de calçados representa cerca de 20% dos negócios da empresa de entregas, que nasceu na região de um dos maiores pólos calçadistas do País, o interior paulista. O Expresso também tem forte atuação no Sul brasileiro, que concentra boa parte destas indústrias de vestuário.

 

A companhia mantém dois hubs (centros de distribuição de cargas), que atendem o setor em São Paulo e Goiânia - este último acaba de ser duplicado para intensificar a distribuição das mercadorias por todo o País, em especial para o Norte, Centro-Oeste e Nordeste brasileiros.
"A produção de calçados cresceu também no Nordeste e, por conta deste avanço, o hub em Goiânia teve sua capacidade duplicada", disse Castro Jr. Entre os clientes do Expresso no setor estão Azaléia, Beira Rio e Grendene.

 

Outros sete segmentos representam 80% do volume de negócios do Expresso Araçatuba, entre informática, eletrônicos, telecomunicações, autopeças e farmacêuticos. O operador atende ainda ao comércio internacional, nos fluxos de importação e exportação de produtos acabados e insumos para a Argentina, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai e Bolívia

 

Prioridade

 

Outra companhia que prioriza a distribuição da indústria calçadista para os pontos-de-venda é o Rapidão Cometa, que se diz o o maior operador do Sul para o Nordeste, no segmento. "Esse setor responde por 15% dos negócios e vejo um upgrade em relação à ele", disse Edward Montarroyos, diretor de vendas do Rapidão, ao acrescentar que a intenção é saltar para 30% a participação do setor nos negócios até 2010.

 

Para o diretor, o setor calçadista tem muito potencial a ser explorado, e ele deseja captar isso. Ele contou que a empresa possui uma retaguarda no Nordeste, sendo que o centro de negociação ainda está no Sul, mesmo com algumas grandes fábricas operando em território nordestino.

 

O Rapidão também possui forte participação tanto em Franca, como em Birigui, disse Montarroyos. "Antes captávamos no Sul e Sudeste para trazer ao Nordeste.

 

Porém, hoje fazemos qualquer origem qualquer destino, dentro do objetivo do Rapidão que é se consolidar nacionalmente em todas as regiões brasileiras ", explicou.
No setor calçadista, a empresa tem acesso a fábricas como as da Azaléia, Grendene e Vulcabras. O portfólio de setores inclui ainda áreas como farmacêutica, de informática, autopeças, telecomunicações, cosméticos, confecções e as vendas pela internet (e-commerce).

 

O Rapidão Cometa atende a quatro mil localidades, em todos os estados, além de mais de 214 países no mundo por meio de acordo operacional com a FedEx. São 12 mil clientes ativos e uma frota de 2,5 mil veículos. A empresa alcançou faturamento de R$ 700 milhões no ano passado.

 

Braspress

 

Giuseppe Lumare Jr., executivo de outra gigante nacional na distribuição de encomendas, a Braspress, faz coro com os executivos do segmento ao falar do potencial da prestação de serviços ao setor de calçados. "Já é o nosso terceiro segmento, hoje em franco crescimento, e para o qual estamos nos esforçando para captar mais clientes", falou.

 

Lumare afirmou que a Braspress é "líder na distribuição para as confecções" e tem boa atuação na informática, mas acredita que no prazo de dois anos o setor de calçados se torne o principal segmento atendido. "Temos sinergias nas rotas onde distribuímos os outros produtos, com concentração em regiões nos pontos comerciais. Além disso, as características dos volumes são parecidas, otimizando o processo de transporte", explicou.

 

A Braspress mantém 88 filiais, e pretende captar clientes da indústria calçadista no entorno de pólos como o de Novo Hamburgo, no Sul e nas paulistas Franca, Birigui e Araçatuba, além de Divinópolis (MG) para levar os produtos ao resto do País. No passado, a receita da Braspress atingiu R$ 440 milhões. A empresa acaba de investir R$ 35 milhões para inaugurar um terminal no Rio de Janeiro, com potencial de aumentar 10 vezes o potencial de distribuição naquele estado.

 

Veículo: DCI


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