A indústria química respira mais aliviada com a retomada do nível de produção e de vendas no primeiro semestre na comparação com o pico da crise, no fim de 2008. Apesar disso, os preços dos produtos químicos de uso industrial não se recuperaram e continuam caindo, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
A crise internacional jogou a indústria química no fundo do poço, obrigando o desligamento de fábricas e a redução da produção de forma a diminuir o nível de estoques. Depois de rodar a 64% de sua capacidade total instalada em janeiro, a indústria já opera acima de 80% ao fim do primeiro semestre. Mesmo assim, o nível de produção está 3,89% abaixo na comparação com igual semestre de 2008.
Apenas dois setores tiveram crescimento da produção - os de cloro e álcalis por causa da nova fábrica da Carbocloro e os de petroquímicos básicos e resinas uma vez que a Braskem havia parado suas unidades de Triunfo (RS) e Camaçari (BA).
As vendas de produtos químicos de uso industrial tiveram alta de 3,41% em junho, tendo crescido em todos os meses, exceto em abril. No semestre, elas aumentaram 44,4%, mas a Abiquim alerta que a comparação foi feita sobre uma base deprimida em razão das paradas de manutenção.
Após atingirem os picos históricos, os preços dos produtos químicos continuam a trajetória de queda, registrando a série mais longa da Abiquim. Desde novembro, os preços não param de cair. No primeiro semestre acumularam queda de 21,9%, principalmente por conta dos insumos para fibras sintéticas, fertilizantes, cloro e resinas termoplásticas. A nafta petroquímica, que chegou a US$ 1,2 mil por tonelada, foi a US$ 300 em dezembro. Apesar da recuperação a partir de janeiro, a nafta, cotada em meados deste mês a US$ 550, não influiu nos preços dos demais produtos químicos. Quando convertida em reais, a alta é de 60%.
Veículo: Valor