Os preços do café, sobretudo os de melhor qualidade, seguem firmes no mercado interno, impulsionados pela menor oferta do grão e também pelas chuvas sobre as regiões produtoras do país. "A demanda pelo cereja descascado [grão de qualidade] está aquecida. A saca chega a ser vendida a R$ 300, com um aumento de até R$ 15 nas últimas semanas", afirmou Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, em Santos (SP).
Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que as chuvas podem afetar a qualidade do grão do país. A colheita de café arábica termina no fim deste mês. "Muitos cafeicultores não estão colhendo por causa do clima. Os que colhem e não têm secadoras nas fazendas temem pela qualidade do café", afirmou Rodrigo Costa, da Newedge, corretora com sede em Nova York.
Os leilões realizados pelo governo, para a retirada de 3 milhões de sacas do mercado, também ajudou a dar sustentação aos preços no mercado interno. Tradicionalmente as cotações do café no mês de julho por conta do avanço da colheita. "Os leilões poderiam ter ocorrido mais cedo", afirmou Carvalhaes.
Segundo ele, o mercado agora deverá ficar atento ao período de floração dos cafezais, entre setembro e outubro. "As chuvas de julho foram atípicas. O importante é que chova durante a floração." (MS)
Veículo: Valor Econômico