A Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou no acumulado de janeiro a maio de 2009 saldo positivo de 1.830 vagas de emprego. No mês de maio foram criados 2.107 postos de trabalho. No entanto, a massa salarial apresenta uma retração no acumulado do ano da ordem de R$ 27 milhões. Em maio, a redução da massa salarial foi de R$ 3,4 milhões. Os dados fazem parte do boletim econômico da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Campinas - Acompanhamento de Emprego na RMC.
A coordenadora da pesquisa e professora do Centro de Economia e Administração (CEA) da PUC Campinas, Eliane Navarro, acredita que o ponto positivo é que a indústria reduziu o ritmo de demissões. "A indústria está voltando a se estabilizar e parou de demitir, então isso é muito bom, mas recuperar a massa salarial vai demorar um tempo, pois essa economia tem que recuperar o vigor primeiro. Na verdade, percebemos que alguns setores industriais estão contratando, como alimentos, têxtil e química," diz.
Dos 19 municípios que compõem a RMC, as cidades de Campinas, Paulínia, Indaiatuba e Valinhos se destacaram na geração de empregos, compensando a perda observada nos municípios de Jaguariúna (-150), Holambra (-87) e Engenheiro Coelho (-16). Em Campinas foram criados 527 postos de trabalho, em especial 390 nas atividades de serviços técnicos e de administração de imóveis. A cidade também apresentou maior perda na massa salarial, com R$ 2 milhões.
Em Paulínia, foram criados 288 novos postos de trabalho, sendo 144 postos na Construção Civil. Indaiatuba aparece em terceiro lugar com 263 vagas, e Valinhos na sequência com 252 novos postos de trabalho.
O setor industrial foi responsável pela eliminação de 111 postos de trabalho na RMC e é responsável pela contração de R$ 2,3 milhões de massa salarial no mês de maio. Dentre os seguimentos industriais com pior desempenho e que mais eliminaram vagas estão a indústria mecânica (-300) e de borracha (-133).
Finanças públicas
Os dados do boletim apontam que a área de finanças públicas na RMC recebeu cerca de R$ 166,4 milhões, sendo R$ 151,1 milhões (cerca de 90%) em repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). O restante corresponde a repasses do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), da ordem de R$ 14,2 milhões, e do Fundo de Exportações e compensações sobre a exploração de alguns minerais. Estes dois últimos somados correspondem a menos de 1% dos repasses. Do acumulado de 2009, os repasses à RMC atingiram R$ 1, 073 bilhão, um aumento de 3,16% em relação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa revela um aumento de 18,3% em junho, comparado com o mês de maio, quando a RMC havia recebido R$ 140,6 milhões sendo que R$ 128,7 milhões de ICMS. Comparado com junho de 2008, ocorreu um crescimento de 12,98%, quando a RMC recebeu R$ 147,3 milhões, sendo R$132,1 milhões de ICMS.
Dentre os 19 municípios que foram beneficiados com repasses, Campinas e Paulínia foram as cidades mais beneficiadas: R$ 338 mil e R$ 243 mil, respectivamente.
Na avaliação do coordenador da pesquisa e professor do CEA da PUC-Campinas, Pedro Costa, o aumento de repasses de ICMS pode indicar que o mercado interno está se mantendo aquecido com a venda de mercadorias no estado. "O retorno do IPVA nos meses de janeiro, fevereiro e março é maior. E depois a arrecadação fica restrita à aquisição de veículos novos que são adquiridos e que pagam o IPVA no ato do licenciamento. Nos primeiros meses do ano, a participação do ICMS, mesmo sendo majoritária, diminui um pouco e volta a aumentar em abril", comenta.
Veículo: DCI