Refeição coletiva quer atuar no varejo

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Empresas de refeições coletivas como a De Nadai e Nutrin, resolveram diversificar a atuação e investir no varejo e em franquias para atingir novos mercados e abocanhar um público distinto. Elas consideram essa estratégia como uma forma de dependerem menos das indústrias, em tempos de crise econômica. A tendência é o setor ficar cada vez mais concorrido, com várias empresas apostando também em aquisições de redes do interior paulista. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), esse segmento deve faturar R$ 10,2 bilhões este ano, um volume maior frente aos R$ 9,5 bilhões vistos no ano passado.

 

A De Nadai Serviços de Alimentação, por exemplo, depois de iniciar o processo de profissionalização da companhia, há dois anos, investiu na ampliação de sua estrutura para avançar nos setores de hospitais, varejo, concessão aeroportuária e educação, atendidas pelos principais concorrentes como a francesa GRSA, Sodexo, Gran Sapore e Puras do Brasil. Apenas no primeiro semestre, a fornecedora de refeições e lanches fechou 13 novos contratos e prevê faturar R$ 360 milhões este ano.

 

A empresa, fundada pelo casal Armando e Elza De Nadai, há 33 anos, conquistou clientes estratégicos, entre eles a Nestlé, para operacionalizar 18 lanchonetes no metrô paulistano até o final do ano, além do Hospital Santa Marina, em São Paulo. "Foi estruturada uma equipe para explorar este nicho de mercado, tanto que estamos negociando com quatro hospitais de grande porte", disse José Carlos Lucentini, diretor Comercial da De Nadai. Por enquanto, as atividades estão restritas ao Rio de Janeiro, Sul de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, sendo que a empresa começou a analisar projetos nacionais para o atendimento a empresas e hospitais, prospectando novos clientes. Os contratos gerados nos primeiros seis meses impulsionaram o faturamento em 15,3%, com 782 unidades atendidas. Para continuar ganhando participação no mercado, não está descartada a aquisição de empresas de menor porte.

 

Outra área que está disputando é a exploração comercial em aeroportos e rodoviárias. A meta é encontrar espaço em um ambiente cujas concorrentes GRSA e International Meal Company (IMC Brasil), pertencentes ao private equity Advent International, já dominam. "Perdemos a licitação para o aeroporto Afonso Pena (PR), mas ainda brigamos por outros como Cumbica (SP)", detalhou o diretor. Quando ganhar sua primeira disputa, a companhia mira a implantação de restaurantes e lanchonetes com marca própria, que já funcionam dentro de empresas clientes como a Atento. No terminal rodoviário do Tietê (SP), por exemplo, praticamente toda a administração do setor de alimentação é da GRSA, que é máster franqueadora da Casa do Pão de Queijo, Bob´s, Subway entre outras instaladas até em shopping centers. Já a IMC Brasil possui em aeroportos as marcas Black Coffee, Brunella e Viena. A De Nadai possui ainda uma fábrica de congelados, onde são produzidos produtos para as marcas próprias do Grupo Pão de Açúcar (Taeq) e Carrefour (Viver). Os negócios com clientes ligados ao varejo e empresas privadas representam 82% do faturamento.

 

Aquisição

 

Já a Nutrin, que acredita ser a quinta maior do mercado, acabou de fechar a aquisição de 50% da empresa mineira Gran Vittoria, que permitirá que cresça 30% no estado, além de ampliar o número de serviços que oferece, já que a empresa pertencia ao Grupo Perfect, que ainda atua nas áreas de limpeza e segurança, com previsão até de futura compra total do grupo ou troca de ações. Outras aquisições de duas empresas do interior do estado de São Paulo também estão na mira da companhia, que pleiteia financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tem planos de investir no varejo. Segundo o diretor geral da Nutrin, Aderbal Nogueira, a marca possui restaurantes comerciais em Goiás e quer se estruturar para desenhar melhor a sua entrada no varejo.

 

O diretor da empresa, que tem 320 clientes, como Cargill e General Motors (GM), afirma que é necessário pulverizar os negócios em diversos setores, estratégia que permitiu com que a empresa passasse bem pelo pior período da crise. "Tivemos que renegociar contratos com clientes e fornecedores. Tivemos queda de 10 a 15% no faturamento e perda no número de refeições servidas, mas não perdemos clientes. Desde abril já conseguimos nos recuperar", diz. A previsão da empresa é fechar 2009 com um faturamento de R$ 144 milhões, frente aos R$ 115 milhões do ano passado.

 

Veículo: DCI


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