O setor calçadista amplia as ações, durante a crise mundial, para equilibrar a balança comercial brasileira na área. Feiras internacionais, busca por novos mercados, projetos de tecnologia e investimentos no setor são algumas das medidas apresentadas. "Nós pretendemos equilibrar o saldo comercial até o final de 2009. Não iremos ficar deficitários, mas também não conseguiremos um resultado positivo", disse o vice-presidente Administrativo da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos), Walter Perfeito.
No acumulado do ano, o saldo da balança do setor apresenta déficit de US$ 378,869 milhões. O total obtido com o resultado da balança, no acumulado do ano até junho, é decorrente das exportações em US$ 468,690 e importações de US$ 847,559 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações caíram 9,68%, enquanto as importações recuaram 3,42%. A corrente de comércio no mesmo período é de US$ 1,316 bilhão.
"Acreditamos no potencial do segundo semestre, já vemos isso com o crescimento das vendas de junho e com algumas informações de julho. As fábricas já começaram a retomar suas demandas externas e a angariar mercados novos. Fora que os estímulos que tem sido dados ao setor irão impulsionar o mercado", explicou o vice-presidente.
Para Perfeito, o cenário do segundo semestre de 2009 é de alto crescimento nas vendas. "Acredito que vamos crescer 40%, as indústrias brasileiras estão na fase de conhecimento amplo do mercado. Mesmo com a concorrência chinesa, o Brasil tem a capacidade e agilidade de lançar novos artigos com pequeno intervalo de tempo e em pouca quantidade, o que remete a exclusividade".
Empresários do setor irão trocar informações e assinar contratos durante as 300 rodadas de negócios que acontecem hoje e amanhã no Fórum de Inspirações. O evento, que está na sua terceira edição, conta com diferenciais como o Projeto Embaixadores, que traz compradores internacionais de diversos países como a Colômbia e os Estados Unidos, para conhecer empresas brasileiras e seus produtos.
"Esperamos levar conhecimentos, novidades e tendências do setor. Além disso, queremos alcançar os números de 2007, no qual foram consolidados durante a feira mais de 1.200 contatos diretos, fechando mais de US$ 500 mil em negócios e US$ 6 milhões em transações comerciais", enfatizou Perfeito.
Projetos
Outros fatores que irão beneficiar o comércio exterior do setor calçadista são os dois projetos de incentivo as indústrias.
O primeiro projeto conta com o investimento de R$ 590 mil e tem como foco a segurança no trabalho. Estão inseridas na iniciativa 30 empresas fabricantes de máquinas e 1.500 fábricas e indústrias calçadistas.
"A parceria prevê mapeamento dos equipamentos mais críticos; identificação de soluções em segurança para máquinas; capacitação em análise de risco no desenvolvimento; assessoria para a implementação das soluções e disseminação junto aos clientes das melhorias adotadas", relatou o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couros e Calçados (Abrameq), Marcelo Adriano.
O outro projeto é focado no processo produtivo. A ideia é identificar oportunidade de melhoria, ampliar as tecnologias e ganhar produtividade. O valor aplicado no projeto é de R$ 540 mil e a meta é atingir 3 mil profissionais do setor.
"Empresas precisam ser rápidas nas fabricações, para isso necessitam adequar processos e apresentar produtos diferenciados e em menor escala de produção para responder à nova configuração do mercado consumidor internacional", concluiu Adriano.
Veículo: DCI