O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) pediu ontem, durante debate com a participação do prefeito Gilberto Kassab e do secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, a liberação da circulação dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs) no primeiro trimestre de 2010, depois da finalização do trecho sul do Rodoanel.
O presidente do Setcesp, Francisco Pelucio, reclamou também a suspensão de multas à veículos que realizam transporte de produtos perecíveis, que têm autorização para circular na área de 100 km² da Zona de Máxima Restrição à Circulação (ZMRC) imposta pela prefeitura em julho do ano passado.
"Nós deixamos claro, quando fizemos a restrição, que faríamos um aperfeiçoamento da legislação, melhorando a logística de circulação do transporte de carga quando o Rodoanel fosse concluído. Isto acontecerá, evidentemente, e as alterações serão discutidas internamente na prefeitura em conjunto com o Setcesp e toda a sociedade", disse Kassab em resposta aos pedidos do setor.
O secretário de Transportes também afirmou que as medidas reivindicadas pelo Setcesp serão analisadas pela secretaria. "Vão ser analisados os pedidos do setor, como a questão da criação do departamento específico de logística e a questão que foi colocada em virtude do problema no certificado e documentação de caminhões frigoríficos", declarou Alexandre de Moraes.
Fretados
O prefeito Gilberto Kassab afirmou ontem, que aspectos da lei que regulamenta a circulação de ônibus fretados na cidade podem ser "aprimorados", mesmo depois de sua eventual aprovação.
"Em uma cidade como são Paulo não existe uma lei que é definitiva, a lei sempre é aperfeiçoada, através de decretos, portarias ou da própria lei e não temos a menor expectativa de que essa lei seja um pacote fechado que não seja sujeita a aperfeiçoamentos", explicou o prefeito.
Sobre as reclamações e pedidos de modificação das regras de restrição à circulação de fretados, feitos por municípios como Santos e São Vicente, o secretário Alexandre de Moraes respondeu: "Assim como respeitamos as restrições dessas prefeituras, que não permitem a entrada de ônibus de turistas no centro da cidade -e nós respeitamos, porque achamos que o poder público municipal de Santos e São Vicente deve olhar o que é melhor para a sua cidade-, nós temos absoluta certeza de que eles vão respeitar o interesse de 11 milhões de habitantes de São Paulo".
Corte de verba
O prefeito afirmou que a redução de verba em 20% para serviços de limpeza da prefeitura não deve acarretar danos para a população. "Eu estou muito tranquilo, tudo que puder ser feito e que não sacrifique a qualidade dos serviços será feito, tendo como principio básico não fazer cortes em saúde e educação", disse Kassab.
O prefeito justificou os cortes com a redução do orçamento municipal, que deve ficar em R$ 24 bilhões, R$ 5 bilhões a menos, devido à crise e a medidas como a manutenção da tarifa de ônibus, que exigiu subsídios de R$ 600 milhões e gastos no custeio, com a construção de hospitais, unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e Centros Educacionais Unificados (CEU).
O orçamento para obras viárias e canalização também deve ter cortes de 70%.
Veículo: DCI