A Nestlé do Brasil não só está ampliando sua produção de refrigerados como também levando parte de seus produtos para dentro da planta da Garoto.Com relação aos refrigerados, a multinacional suíça arrendou uma nova fábrica da Parmalat com o objetivo de fazer frente ao seu plano de expansão na área de lácteos no mercado. Dessa vez, o investimento na ordem de R$ 40 a R$ 50 milhões, por um período de cinco a 10 anos, foi aplicado em Guaranhus (PE). A Nestlé quer ainda marcar território na Chocolates Garoto, instalada em Vila Velha (ES). A companhia ampliou em 30% a capacidade de produção da Garoto para produzir ovos de Páscoa das marcas da companhia suíça. Até então, a produção era terceirizada, mas agora representará 60% do total de ovos da Nestlé para próxima Páscoa.
O negócio de Guaranhus foi fechado na última quinta-feira com o grupo gaúcho Bom Gosto, de propriedade de Wilson Zanatta, que havia adquirido a Parmalat de Pernambuco em março deste ano. A empresa está em recuperação judicial. Essa é a segunda unidade da Parmalat arrendada pela multinacional. Há um mês ela havia arrendado a maior fábrica da Parmalat, em Carazinho (RS), no valor de R$ 100 milhões, por 35 anos.
"O nosso objetivo agora é criar uma independência para os produtos distribuídos aos consumidores do Nordeste, região que vem crescendo muito nos últimos anos", disse o presidente da Nestlé, Ivan Zurita. As vendas no Nordeste já respondem por 30% da receita da Nestlé do Brasil que prevê faturar R$ 15 bilhões este ano.
O investimento da Nestlé no Nordeste é uma resposta à Kraft Foods, que na semana passada anunciou aportes de R$ 100 milhões na construção de uma fábrica de chocolates e refrescos em pó em Vitória de Santo Antão, também em Pernambuco. A previsão é que a nova unidade comece a operar em 2011. O setor de lácteos é uma das prioridades da Nestlé que, com sua afiliada, DPA, deve captar este ano 2,2 bilhões de litros de leite.
Zurita informou que a fábrica de Chocolates Garoto começa a produzir, neste semestre, ovos de Páscoa da Nestlé, produtos que representam 20% da receita da companhia. Inicialmente, a produção responderá por 60% dos 60 milhões de unidades estimadas para a próxima Páscoa - 10 milhões acima do volume de 2008. A empresa investiu em novos equipamentos, chamados de "flex", que tanto produzem ovos de páscoa quanto chocolates moldados.
Veículo: DCI