Idec testa e aprova 17 marcas e mix de cereais; rótulos abusam de apelos marqueteiros
A granola é pura, os rótulos, não. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) analisou 22 tipos do alimento, de 17 marcas. Todas foram bem nos testes que detectam impurezas, bolores e contaminações. O único problema são as embalagens, com frases apelativas que, segundo o Idec, podem confundir o consumidor.
Três produtos avaliados afirmam ter "0% de colesterol", sendo que todos os produtos de origem vegetal, caso da granola, são livres de colesterol. A frase desnecessária está na Granola Tradicional, da Alquimya dos Cereais, no Mix de Cereais com Soja, Cacau e Linhaça, da Taeq, e no Cereais & Frutas Granola Morango e Banana, da Vitao.
Para a consultora do Idec Vera Barral também não ajuda o destaque dado a informações como "fonte de fibras" ou "rico em fibras". "O consumidor não sabe se é melhor comprar o que diz que é fonte ou o que diz que tem alto teor de fibras. É muita tecnicalidade", diz a especialista em vigilância sanitária.
A melhor saída, segundo ela, é ler a tabela nutricional e prestar atenção aos ingredientes. Como as misturas são variadas, há versões com mais gordura e proteínas, caso das que levam castanha-do-pará, e outras com menos calorias, como as feitas com frutas. A consultora diz que a escolha não deve se pautar só pelo valor energético. "Castanhas contêm micronutrientes importantes", diz. Diabéticos devem observar a adição de açúcar mascavo e mel.
Segundo Vera Barral, deve-se eleger produtos com maior teor de fibras, já que a presença desse nutriente na alimentação vem diminuindo. Entre as analisadas, a granola Villamar, da Kobber, tem maior teor de fibras, 18% da necessidade diária de um adulto por porção de 40 g. A Grantôst, da Mandara, é a que tem menos, só 3%.
A granola mais barata, a Sabores do Campo Granola Tradicional (Vitao), custa R$ 3,29. As mais caras, Kellness Tradicional e Kellness com Amêndoas e Canela (Kellogg"s) custam R$ 8,19 cada uma.
Outro lado
Das 17 marcas marcas avaliadas, 12 responderam ao Idec sobre as medidas utilizadas para o controle de qualidade. As empresas disseram adotar normas de boas práticas de fabricação (BPF) com o objetivo de proporcionar segurança alimentar e qualidade. As marcas Mandara, Natu's, Ranvele, Svilli e Taeq não responderam.
Veículo: Folha de S.Paulo