Os temores com a gripe suína, transmitida pelo vírus H1N1, tem levado as pessoas a evitar locais fechados, como shopping centers, lojas, restaurantes e hotéis, e preocupam executivos de setores ligados ao comércio.
Os efeitos sobre as vendas, contudo, têm sido moderados e alguns segmentos estão sentindo mais o impacto. Na Marisa, rede de lojas de vestuário, o efeito foi marginal por enquanto. Mas no Makro, maior rede de lojas de atacado do país, as vendas foram mais fracas em julho se comparadas ao mês anterior. Em agosto, já há sinais de recuperação.
"Julho foi um mês atípico, que foi afetado tanto pelo frio quanto pela gripe", afirma Rubens Baptista, presidente do Makro no Brasil. Grande parte dos clientes da cadeia atacadista é composta por donos de restaurantes, lanchonetes e hotéis. Ainda assim, diz o executivo, em nenhum momento a empresa registrou queda nas vendas. O que houve foi uma desaceleração nas taxas de crescimento.
Entre janeiro e junho, as vendas nas mesmas lojas (em uma base comparável) cresceram entre 7% e 8% sobre igual período de 2008. Em julho, esse percentual foi de 5%. Em agosto, o Makro já detecta uma reação do consumo e prevê que as vendas nas mesmas lojas voltem a crescer em torno de 8%.
Segundo Baptista, as expectativas são de que o segundo semestre seja melhor do que os primeiros seis meses do ano. Mas o Makro mantém a previsão de elevar em um dígito apenas as vendas nas mesmas lojas existentes em 2008. Antes da crise, quando havia a expectativa de que o PIB pudesse crescer 3,5% em 2009, a rede atacadista chegou a prever uma taxa de dois dígitos de aumento nas vendas.
Um dos problemas enfrentados pelo setor neste ano é a forte queda nos preços de alimentos básicos, como feijão, arroz e óleo de soja. Para manter o faturamento nos mesmos patamares do ano passado, as lojas precisam vender volumes muito maiores.
Veículo: Valor Econômico