Mais perdas na safra de trigo do Paraná

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As chuvas fortes que atingiram o Paraná nos últimos dias prejudicam as lavouras de trigo. Embora ainda não haja levantamento de perdas, ventos fortes podem ter levado ao chamado "acamamento" das plantas - elas deitam, o que dificulta a colheita. O clima também favorece o crescimento de fungos, como a brusone, que atacam as plantações desde julho.

 

"O trigo cada dia perde mais qualidade", diz Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná. Segundo ele, os técnicos ainda não conseguem fazer pesquisa de campo e um novo relatório com as previsões da safra deve ser divulgado no fim do mês. A última estimativa de produção era de 3,172 milhão de toneladas de trigo no Estado.

 

"A colheita de inverno está começando e o excesso de chuvas não é bom", completa Simioni. Segundo ele, em relação aos fungos, o produtor não consegue fazer o tratamento preventivo recomendado pela assistência técnica. Ontem a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) ouviu associadas para saber dos estragos. Robson Mafioletti, assessor técnico-econômico da instituição, diz que a maior preocupação é com o trigo e a cevada, já que o milho safrinha está na fase final da colheita. "Alguma perda sempre ocorre quando há excesso de chuvas".

 

No extremo oeste de Santa Catarina, onde as chuvas também castigaram, ainda não há levantamento sobre perdas, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo.

 

Os municípios da região produzem principalmente aves e suínos. "Os atingidos agora são municípios pequenos, mas importantes para a agropecuária porque a maioria das grandes agroindústrias possui produtores integrados nessas áreas. Geralmente, são pequenas propriedades, onde algumas famílias perderam tudo", explica Pedrozo.

 

Em novembro do ano passado, fortes chuvas atingiram o Vale do Itajaí, em Santa Catarina, prejudicando principalmente a operação do porto de Itajaí.

 

Segundo Pedrozo, a maior parte das perdas relatadas até agora refere-se à infraestrutura física das granjas de suínos e aves e armazéns. "Mas ainda não é possível mensurar os prejuízos", disse.

 

Ontem, a Epagri-Ciram (empresa de pesquisa do Estado) confirmou que o município de Guaraciaba foi atingida por um tornado. Os ventos nessa região superaram 100km/h e houve quatro mortes. Segundo Julio Rodigheri, agrônomo da Epagri, um levantamento das perdas de animais e produção agrícola está sendo feito na área atingida pelo temporal. Ele não acredita em prejuízo significativo, pois tratam-se de casos isolados, envolvendo algumas propriedades.

 

O número de municípios afetados pelas fortes chuvas em Santa Catarina chega a 58, segundo a Defesa Civil do Estado. Desses, 29 decretaram situação de emergência. Guaraciaba decretou calamidade pública.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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