BC põe mais moedas e notas na praça para facilitar o troco

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Entrarão em circulação, a partir de segunda, mais 460 milhões de cédulas de R$ 2 e R$ 5 e 1,4 bilhão de moedas, principalmente de R$ 1 e R$ 0,50

 

Para acabar - ou pelo menos amenizar - a falta de troco, problema que atormenta tanto comerciantes quanto consumidores no Brasil todo, o Banco Central vai colocar em circulação mais 460 milhões de cédulas de real e outro 1,4 bilhão de moedas. As notas estarão à disposição dos comerciantes, para troca, a partir da próxima segunda-feira, dia 14.

 

Trata-se, segundo o BC, do maior programa de aumento da quantidade de cédulas e moedas desde o início do Plano Real, e se concentra nas notas de R$ 2 e de R$ 5, e as moedas de R$ 0,50 e R$ 1, pois são justamente as que mais circulam e menos tempo duram na praça. O plano custará cerca de R$ 320 milhões para o governo.

 

Hoje, estão nas ruas 647,5 milhões de cédulas de R$ 2, e as 350 milhões de novas notas com esse valor aumentarão em quase 50% o volume em circulação. Serão lançadas, também, 110 milhões de novas cédulas de R$ 5 que, somadas aos 376,2 milhões já existentes, elevam o total em 30%. Os números, no entanto, são pequenos perto dos 1,3 bilhão de cédulas de R$ 50 em circulação.

 

Segundo o economista da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), Fábio Pina, o aumento do número de cédulas é bem-vindo para amenizar o problema crônico da falta de troco. “Ajuda, mas não resolve. O número de estabelecimentos e de negociações feitas é crescente, enquanto o número de cédulas em circulação cai, já que as mais baixas circulam mais e se desfazem com o tempo”, afirma ele, lembrando ainda o velho costume brasileiro de juntar moedas em casa. “Isso tira a moeda de circulação e agrava a questão.”

 

Dinheiro estocado

 

Para Ondamar Ferreira, o gerente da Armarinhos Fernando, na Rua 25 de Março, a ajuda vem em boa hora, já que conseguir troco, diz ele, é sempre uma batalha, principalmente em véspera de datas comemorativas. “Quem tem troco não solta, acumula para usar em época de muito movimento e dificulta para todo mundo. A nota de R$ 2 é a mais difícil. Logo vamos estar pagando R$ 5 por uma, só para ter o troco”, desabafa ele.

 

No esforço para sempre ter troco, diz Ferreira, vale recorrer a empresas de ônibus e camelôs, que sempre têm moedas e notas baixas. Os lojistas da região tentam se ajudar, mas nem sempre é possível. “Tem época que se eu trocar para o vizinho, vou ter que bater à porta dele no dia seguinte. Não vai resolver nada.”

 

O gerente da loja de brinquedos Semaan, - também na região da 25 - Marcelo Mouawad, conta que as moedas de R$ 1 e de R$ 0,50 são o maior problema na hora de dar troco. “Para as menores o pessoal não dá muita bola, mas maiores que R$ 0,25 já fazem diferença no troco”, conta ele.

 

A guerra do trocado, diz ele, é maior no início do mês, quando trabalhadores recebem o pagamento. “O pessoal tem dinheiro no bolso e paga em dinheiro. No fim do mês mais gente paga com cartão de crédito e os problemas de trocado são menores”, diz ele,

 

O dinheiro novo chegará às ruas por meio dos bancos e do comércio. Comerciantes poderão, a partir da segunda-feira, dia 14, trocar lotes de R$ 100 por kits de notas e moedas novas montados pelo BC.

 

Cada Estado terá um posto de troca - exceto o Distrito Federal e o Rio de Janeiro, que farão trocas também no Banco Central. Os postos serão em uma agência do Banco do Brasil por Estado, e os guichês funcionarão, segundo o BC, por dois ou três meses, podendo se estender caso haja demanda maior.

 

Em São Paulo a agência para troca é a da Rua São Bento, n° 483 (centro). A troca não tem custo algum, e pode ser feita tanto por comerciantes correntistas quanto por não correntistas do banco.

 

A lista completa dos postos de troca está disponível em http://www.bcb.gov.br/htms/mecir/ofertatroco.asp?idpai=MECIRORG.

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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