Monsanto lança no Brasil sua marca mundial de algodão

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A norte-americana Monsanto irá disponibilizar a partir da safra 2009/2010 os produtos da Deltapine, marca mundial de algodão da companhia adquirida em 2007. As sementes de algodão já são comercializadas em todos os países onde a Monsanto está presente e há o cultivo dessa cultura, mas para o lançamento no País, além de reunir recursos na apresentação da marca e reestruturação da sua manufatura, a empresa está investindo no desenvolvimento de variedades regionais.

 

De acordo com Rogério Diacov, gerente da marca no Brasil, a empresa está destinando recursos financeiros e humanos para levar ao mercado novas sementes no menor tempo possível. "O desenvolvimento de uma nova variedade leva, em média, de seis a oito anos, nós queremos reduzir esse tempo pela metade", diz. O foco dos lançamentos será nas principais regiões produtoras de algodão no País: Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

 

Serão disponibilizadas, já a partir da próxima safra, duas variedades transgênicas e uma convencional. Entre as novidades que a Deltapine espera trazer ao mercado brasileiro, o mais breve possível, está a tecnologia Bollgard II, aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em maio de 2009.

 

Para conseguir já no primeiro ano uma comercialização em larga escala a Monsanto está fazendo ajustes na operação de manufatura. O objetivo é antecipar o desenvolvimento dos estágios iniciais, feitos pela própria companhia, para que não haja problemas no processo de multiplicação de sementes. "O modelo de multiplicação com parceiros continua, mas estamos fazendo alguns ajustes na manufatura que possibilite a entrega do que produzirmos", explica Diacov. Segundo o gerente da Deltapine os esforços estão sendo feitos para atender a demanda comercial que vem do mercado e dar vazão aos produtos cujo melhoramento genético está em andamento. A Deltapine é detentora do maior banco mundial de germoplasma. "Antes da multiplicação de fato há um primeiro aumento de sementes após o melhoramento. É nesse estágio que é necessário fazer o incremento", explica Diacov.

 

A chegada da Deltapine ao Brasil está sendo anunciada durante o Congresso Brasileiro de Algodão que procura discutir as saídas para a crise que comprometeu o comércio mundial de algodão.

 

Segundo Diacov, é o momento de oferecer novas ferramentas para a cadeia produtiva e reconquistar a liderança desse mercado que foi perdida na safra vigente. "Não é um momento de crise que iria nos afastar do algodão ou nos fazer postergar esse lançamento", afirma.

 

Cenário

 

Muitos produtores consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) sinalizaram a manutenção de área para a safra 2009/2010, devido aos compromissos já assumidos, assim como pela expectativa de que os preços possam se recuperar esse ano. "A maioria, porém, sinalizou intenção de reduzir a área, por considerar baixa a lucratividade", destaca Lucilio Alves, pesquisador do Cepea. Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em agosto mostram que o consumo mundial de algodão em pluma deve começar a reagir na próxima safra, por conta da melhora na economia mundial. "A produção, contudo, deve diminuir, uma vez que a rentabilidade da cultura está menor que de concorrentes em área, especialmente a soja", avalia Alves.

 

Quanto à importação e exportação da cadeia têxtil, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, em agosto, a balança comercial da cadeia teve déficit de US$ 151,4 milhões, 15,2% abaixo do déficit verificado no último mês de julho e 13,2% maior que o de agosto do ano passado. No acumulado do ano, porém, o déficit é de US$ 1,02 bilhão, sendo 8,02% inferior ao valor de US$ 1,1 bilhão registrado no mesmo período de 2008.

 

A cultura vem sendo fortemente subsidiada no Brasil. Desde o início do ano a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já realizou três leilões do Prêmio de Equalização Pago ao Produtor (Pepro) que, juntos, somaram R$ 550 milhões.

 

A Monsanto decidiu apostar alto no mercado de algodão brasileiro: vai lançar sua marca mundial de sementes Deltapine no País. A companhia está investindo para desenvolver variedades regionais. Segundo Rogério Diacov, diretor de marca da Monsanto no Brasil, "o desenvolvimento de uma nova variedade leva de seis a oito anos, mas no caso brasileiro queremos reduzir esse tempo à metade". Para a próxima safra, a companhia vai vender duas variedades transgênicas e uma convencional. O algodão Roundup Ready, tolerante a herbicidas à base de glifosato, deve ser vendido pela Monsanto no Brasil a partir da safra 2010/2011. A Deltapine tem o maior banco mundial de geoplasma, segundo Diacov. Ele afirma que a companhia está fazendo essa ofensiva para retomar sua liderança em algodão.

 


Veículo: DCI


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