Hortaliça direto do produtor até 30% mais barata

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Grupo Wal-Mart lançou, ontem, em Fortaleza, o seu projeto Clube dos Produtores, que agrega agricultores

 

O consumidor cearense poderá economizar até 30% na compra de hortifrutigranjeiros frescos nas lojas da Rede Wal-Mart e ainda ajudar a incrementar a renda de agricultores locais. Ontem, o Grupo lançou, em Fortaleza, o projeto Clube dos Produtores, que visa colocar em seus supermercados (Hiper Bompreço, Bompreço, Maxxi Atacado e Sam´s Club) produtos cultivados no próprio Estado, vindos direto do campo, eliminando assim, a figura do atravessador e facilitando o escoamento da produção gerada na agricultura familiar da região.

 

O projeto, que possui mais de três mil famílias cadastradas no Nordeste, se propõe a dar apoio permanente a essas pessoas. "Um dos maiores gargalos dos pequenos e médios produtores e da agricultura familiar brasileira é escoar a produção. Com o Clube, os produtores passam a ter acesso direto ao mercado de varejo por meio das lojas do Wal-Mart Brasil", explica o vice-presidente do Grupo no Nordeste, Rafael Vasquez.

 

Segundo ele, todos saem ganhando com o projeto. "Os pequenos e médios produtores contarão com o aumento da lucratividade, já que não terão a figura do intermediário. O cliente terá acesso a produtos de maior qualidade e menor preço. Quanto a nós, só o fato de fidelizar o consumidor já vai gerar mais venda para o grupo", pondera Vasquez, que estima ampliação de rentabilidade para os produtores entre 20% e 30%.

 

O Clube dos Produtores também promete estimular a profissionalização dos agricultores e garante apoio técnico de engenheiros agrônomos, que farão visita às fazendas e plantações. "O produtor precisa de informações sobre a produção e o beneficiamento dos produtos para ampliar sua produtividade, obter melhor qualidade e reduzir seus custos", enumera o executivo. Segundo ele, o projeto está começando com alimentos orgânicos, mel, bebidas lácteas e carne de caprinos, mas em breve será ampliado.

 

"O Clube não é excludente. Também pretendemos incluir o artesanato e outros produtos locais. As mercadorias também não encontrarão barreiras. Se houver demanda em outros centros do País e o produtor tiver condições de atender, eles podem ser vendidos nas lojas Wal-Mart das demais regiões", assegura Vasquez.

 

O Ceará é o quinto Estado nordestino a participar do projeto, que conta com o apoio do governo estadual e do Sebrae/CE. Até o momento foram fechados seis contratos no Estado, envolvendo mais de 20 itens e beneficiando cerca de 800 famílias em nove municípios cearenses: Quixadá, Quixeramobim, Maranguape, Aratuba, Pacajus, Horizonte, Tianguá, São Benedito e Fortaleza.

 

"Acompanhando os produtores cearense na implantação do projeto, vimos que desde o início da parceria, eles vem obtendo ao mês um ganho em torno de 15%", festeja.

 

No Nordeste, o Clube dos Produtores também está presente nos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Somando com o Ceará, são 70 cadastros na Região, abrangendo 80 municípios nordestinos e mais de três mil famílias com a comercialização de mais de 200 itens. As mercadorias do Clube de Produtores possuem selo de identificação que facilita o acesso dos consumidores aos produtos regionais.

 

Para Zuza de Oliveira, diretor de agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o clube é um mecanismo de aproximação entre supermercados e produtores, que pode ser aprimorado. "A idéia é valiosa. O que precisamos agora é estimular a dona-de-casa a comprar o produto local. Fazendo promoções ou concedendo produtos como brinde para quem comprar mais itens do Clube dos Produtores", sugere o empresário.

 

Os produtores

 

Para agricultores, como José Francisco, da Cooperativa Copacaju a maior vantagem da parceria é que o produtor tem condições de negociar o preço justo diretamente com a empresa.
"Além disso, é importante trazer nossos produtos para as prateleiras desse grande grupo em todo o Brasil. Também iremos profissionalizar nossa produção", avalia.

 

Já Paulo Holanda, proprietário da Indústria de Alimentos Pé de Serra, aposta na comercialização de carnes de caprinos e seus derivados também para regiões do Sul e Centro Sul do Brasil, onde prevalecem criações de bovinos e ovinos.
"Essa parceria vai trazer grande benefício para o sertão, principalmente para o pobre, que é quem cria cabrito, que tem uma carne saudável, com a presença de menos colesterol", assinala o produtor cearense.

 

Para Antônio Maria de Oliveira, produtor de hortaliças orgânicas da Apoi (Associação dos Produtores Orgânicos da Ibiapaba), uma das vantagem do Clube de Produtores "é que vamos ter orientação de quanto e o que produzir. Assim vamos aprender a programar a produção de acordo com a demanda e não ficar dependendo do acaso. Não vamos mais ficar sujeitos à instabilidade do mercado porque agora teremos direção", comemora Oliveira.

 

Veículo: Diário do Nordeste - CE


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