O processo de produção do queijo canastra é artesanal e tem normas específicas
Vários municípios da Serra da Canastra, no Sul de Minas, estão se dedicando à produção de queijo e o mais famoso deles é o Minas Artesanal. Essa tradição é valorizada no Concurso Regional do Queijo Canastra, que será realizado amanhã, a partir das 13 horas, no Parque de Exposição Miguel da Costa Ferreira, no município de São Roque de Minas. O concurso está em sua sétima edição e este ano vai premiar os cinco melhores produtos da região.
O processo de produção do queijo canastra é artesanal e obedece normas específicas para alimentos lácteos produzidos a partir de leite cru. Eles são beneficiados nas queijarias das propriedades rurais, sem utilização de técnicas industriais.
O concurso regional é organizado pela Secretaria do Estado da Agricultura Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, através da Emater-MG, e pela Prefeitura Municipal de São Roque de Minas.
Os queijos apresentados devem ter período de maturação entre 10 e 15 dias. O produtor deverá entregar duas peças produzidas por ele, sendo uma para reserva e outra para degustação durante o concurso. A comissão julgadora irá analisar as seguintes características: textura, cor, consistência, sabor, aroma, formato e acabamento.
Segundo o extensionista da Emater, José Roberto Correa Miguel, "os produtores ficam tão entusiasmados com o concurso que é difícil para os jurados escolher os cinco melhores queijo, tamanha a qualidade dos produtos inscritos".
Na opinião do técnico, o concurso é uma forma de valorizar a qualidade do queijo canastra, que é comercializado em todo Brasil. "A premiação também valoriza o esforço e o trabalho dos produtores rurais da região", afirmou.
Já o prefeito de São Roque de Minas Nilzo de Faria destaca que o concurso estimula a troca de experiências entre os produtores. "Este evento abre uma oportunidade do convívio de produtores de toda região. Isso é interessante porque fortalece a classe dos agricultores e estimula uma troca de saberes, pois cada produtor tem uma maneira diferente de fazer o queijo", comentou.
No Estado, o queijo minas artesanal sobreviveu às pressões da modernização dos processos de produção, não só pelo apego às tradições, mas também pelo isolamento das propriedades produtoras, espalhadas pelas colinas e pelos vales mineiros. Isso contribuiu para que se preservassem produtos com características próprias e de imenso valor cultural e econômico. Para garantir a continuidade dessa atividade e esse modo de vida tradicional, a Lei Estadual 14.185/02 criou normas e deu identidade ao queijo artesanal.
Veículo: Diário do Comércio - MG