Pequenas propriedades produtoras de frutas buscam soluções tecnológicas para aumentar a competitividade no mercado interno e conquistar o respeito do mercado externo. Uma das ferramentas utilizadas pelos pequenos produtores no interior de São Paulo é a certificação. Com ela, é possível assegurar a qualidade dos produtos, monitorando desde a utilização dos insumos até o momento em que o produto deixa a unidade de produção.
Neste mês, 70 produtores de acerola de Junqueirópolis, no oeste paulista, deverão receber seus certificados do Global Gap, reconhecida em todo o mundo. Em Guaraçaí, também no oeste do Estado, cerca de 25 produtores de abacaxi estão em processo de certificação também pela mesma entidade e ainda este ano a maioria deve estar habilitada a exportar a fruta, inclusive para a exigente União Europeia. Em Pilar do Sul, oito produtores de caqui já estão certificados e, na região de São José do Rio Preto, 59 produtores conseguiram a certificação do limão tahiti.
A certificação dos produtores do Estado faz parte do Projeto 'Fruta Paulista', do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae-SP), que já engloba cerca de 300 produtores de frutas (abacaxi, acerola, manga, goiaba, figo, uva, limão, caqui e frutas de caroço) em todo o estado. O objetivo da iniciativa, segundo José Carlos Gomes dos Reis Filho, coordenador estadual dos projetos de fruticultura do Sebrae-SP, é chegar até o fim do ano com metade dos produtores já certificados.
"As Boas Práticas Agrícolas visam a sustentabilidade ambiental, econômica e social das explorações agropecuárias, especialmente a dos pequenos produtores. Aqueles que conseguirem adotá-las terão um componente de competitividade que diferenciará o seu produto dos demais", diz Reis Filho.
Segundo ele, a fruticultura tem sido tratada pelo Sebrae como uma das cadeias prioritárias na Carteira de Agronegócios. "Nosso objetivo é que os fruticultores oferecem produtos de qualidade com preços competitivos. Por isso, as ferramentas de tecnologia de produção e gestão são fundamentais nos pequenos empreendimentos".
Uva para todos os gostos
O produtor de uvas de Salto de Pirapora, na região de Sorocaba, Milton Tombosi sabe bem a importância da certificação. Há dez anos produz uvas dos tipos itália, brasil, benitaka, rubi, red globe, sem sementes, entre outras, em seu Sítio Raio de Sol. Começou com 30 toneladas. Atualmente sua produção chega a 420 toneladas em 20 hectares de área plantada, totalmente coberta. "Todos os 35 funcionários moram na propriedade em casas arejadas e bem construídas", orgulha-se.
A certificação da propriedade e da produção veio em fevereiro. A grande vantagem sentida até agora, diz o produtor, foi interna. "A conscientização dos funcionários para as boas práticas nos levou a ter frutas de melhor qualidade, com menos desperdício".
Com a certificação, o empresário quer exportar para o mercado europeu. Atualmente, ele já vende para todo o Estado de São Paulo, Minas Gerais e até mesmo para o Acre. "Estou participando de rodadas de negócios e vejo que a certificação é condição para que os distribuidores coloquem o nosso produto na Europa", diz.Segundo Reis Filho, produtores como o de Pirapora ajudam a multiplicar a importância da certificação entre os produtores.
Veículo: DCI